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quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

PERGUNTAS E RESPOSTAS PARA UM MEDIUM INICIANTE E PORQUE NÃO DIZER PARA OS QUE JULGAM QUE JÁ SABEM TUDO!



         UMBANDA – MITOS E REALIDADES.

PERGUNTAS E RESPOSTAS PARA UM MEDIUM INICIANTE E PORQUE NÃO DIZER PARA OS QUE JULGAM QUE JÁ SABEM TUDO!

Podemos observar que as pessoas que procuram a Umbanda o fazem, em sua maioria, para resolverem problemas de ordem material, exigindo um resultado imediato, e quando não encontram creditam no Terreiro ou ao Dirigente e Médiuns, quando não a própria Umbanda, o motivo do seu fracasso.
Por que isso acontece? Acreditamos que a culpa disso seja dos próprios umbandistas que não esclarecem que a Umbanda é uma religião digna e nobre como todas as outras, se omitem ou são os primeiros a dar “oferendas” para obterem favores materiais das Entidades.
Por outro lado, sabemos que a Umbanda lida com vários elementos e uma variedade enorme de espíritos, e também que ela tem a capacidade de penetração nos mais variados campos do Astral, consequentemente, havendo merecimento e empenho, muito problemas acabam realmente por ter uma “solução mais rápida”, mas somente aos que merecem e o fazem por merecer.
Qual é o mistério da Umbanda? Amor e Caridade, pura e simplesmente. A ritualística que cada terreiro de Umbanda segue, somente serve como um leque de possibilidades para os diversos anseios de culto de cada um. Na verdade, quem procura um Terreiro de Umbanda deveria apenas se preocupar se ela é séria, se não cobra consultas e trabalhos e se tem como objetivo principal a caridade e o Amor ao próximo. Essa é a verdadeira Umbanda.
Sabendo que temos por obrigação sempre buscar o “por que” das coisas e não ficarmos satisfeitos com repostas do tipo “isso é assim porque é” ou “isso é um mistério da fé”, vamos aqui tentar elucidar algumas dúvidas que encontramos por parte da maioria dos frequentadores e alguns médiuns de Umbanda. Serão perguntas e respostas que escutamos frequentemente nos terreiros ou fará deles. Não julguem a qualidade das perguntas, porque se pra você a pergunta é simples ou boba, para outro poderá não ser. As respostas sim são simples porque assim é a Umbanda. Então vamos lá:

1. Pode uma pessoa praticar o mal sob influencia de espíritos?
Sim pode, tanto quanto pode praticar o bem, também influenciada pelos espíritos. Mas estejam certos de que para que as influencias negativas ou positivas atuem em nossas vidas devemos estar sintonizados com tais vibrações.
Portanto orai e vigiai. Você tem seu livre arbítrio e é o único responsável pelas companhias que atrair, tanto carnais como espirituais, e que permitir atuar em sua vida.

2. Todos somos médiuns?
Todos nós somos sensitivos, mas alguns em um grau mais elevado que o outro. Esses diferentes níveis de sensibilidade podem ser compreendidos com diversas formas de mediunidade que está liga a missão que o individua tem aqui na terra. Alguns são médiuns de incorporação, outros intuitivos, videntes, audientes, de efeitos físicos, de pisocofonia e de psicografia, todos passíveis de desenvolvimento de acordo com o livre arbítrio de cada um.

3. O Médium quando está incorporado sabe tudo o que está acontecendo e o que a pessoa está falando com a Entidade?
Normalmente sim. A grande maioria dos médiuns é consciente ou semiconsciente como falam, ou seja, sabem o que está acontecendo, mas não tem ingerência sobre as atitudes da entidade.
Normalmente logo após a consulta o médium ainda lembra alguma coisa, que vem como “flash”, mas logo depois vão esquecendo aos poucos. Somente médiuns inconscientes é que não sabem o que se passou durante uma consulta, mas é muito raro este tipo de mediunidade.
Mas se a sua preocupação é se você pode conversar qualquer assunto com a entidade que o médium não vai contar pra ninguém, isso aí dependerá da índole do médium e da Casa que ele trabalhe, mas não se preocupe, pois o princípio básico de uma casa de Umbanda séria é o sigilo em respeito às consultas e o respeito com os problemas de cada um.

4. Se uma pessoa tem que trabalhar medi unicamente e se a mesma não entrar para um Centro ela poderá receber um guia ou entidades na rua, em casa, no trabalho ou em outro lugar?
Não. Uma Entidade Guia ou Protetora “de Luz” não irá de forma alguma expor a pessoa ao ridículo ou a situações constrangedoras incorporando em lugares públicos. O fato é que se a pessoa é médium, e tem como missão trabalhar medi unicamente e opta por não desenvolver sua mediunidade isso não faz com que ela deixe de ser médium. O que acontece é que sua mediunidade ficará embrutecida e desamparada expondo a ação de espíritos trevosos que poderão esses sim, manifestarem em locais públicos colocando a pessoa em situações embaraçosas e de risco.
A Umbanda ou outra religião qualquer serve para nosso crescimento moral e espiritual e como um elo de religação com Deus, frequentar ou participar ativamente de uma deve ser uma opção particular de cada um e não uma imposição.
Devemos saber que pelo fato de termos uma mediunidade mais aflorada nos torna imãs, atraindo toda e qualquer energia que estiver nos ambientes aos quais frequentarmos, o desenvolvimento dessa mediunidade, se faz necessário para aprendermos a lidar com essas energias e controlar as manifestações e termos a oportunidade através do trabalho mediúnico de resgatarmos nossos kármas e compromissos assumidos antes de reencarnarmos.
Negar e fugir disso não nos levará a nada, é claro que existem outras formas de praticarmos a Caridade, trabalhar medi unicamente deve ser uma opção e não uma imposição. Cada um com seu Kárma, missão e vontade.

5. É verdade que a pessoa que entra para trabalhar na Umbanda não pode mais sair, porque atrasa a vida?
Não, não é verdade. Como também não é verdade que a vida da pessoa em questão vai pra frente se ela entrar para a Umbanda.
O que ocorre é que ao entrar para a corrente de um terreiro de Umbanda a pessoa passa a dar vazão e a desenvolver sua mediunidade, assume compromissos e responsabilidades, se tranquiliza e se harmoniza vibracional mente e evolutivamente, ou pelo menos deveria.
O “atraso na vida” da pessoa ocorre porque ela deixa de se equilibrar, evoluir e fazer caridade. Consequentemente ela deixa de ter tranquilidade para resolver até o mais simples dos problemas. Mas isso ocorre porque a pessoa saiu do Terreiro, mas não deixou de ser médium e continua recebendo influência do Astral. E se ela não continuar com suas responsabilidades em ter uma vida regrada, de conduta ilibada e não praticar a caridade de alguma forma, receberá maior influencia do Astral inferior, segundo a Lei das afinidades.
Que fique bem claro que não é o ingresso da pessoa ou a sua permanência na Umbanda, ou qualquer outra religião, que fará com que a vida da pessoa “ande pra frente” ou que todos os problemas dela se resolverão. Temos que ter a consciência de que é a sua conduta moral, seu desejo de praticar a caridade, de ajudar ao próximo, de buscar sua evolução é que será determinante se ela vai melhorar ou não, é uma questão de merecimento pessoal. A Umbanda através de um Terreiro sério lhe dará a oportunidade, o conhecimento e o meio, cabe a pessoa abraçar ou não.

6. É, mas uma vez eu ouvi um médium dizer que se ele abandonasse as entidades o castigariam? Isso é verdade?
Não, a entidade não faria isso. Certamente era o médium que em suas limitações de conhecimento entendia assim. Na verdade o que muito provavelmente aconteceria, se fosse em um Terreiro sério e com entidades sérias, a Entidade faria era aconselhar e alertar o médium quanto ao perigo que ele estaria sujeito ao abandonar a Umbanda ou seu compromisso mediúnico.
Entidade Protetora ou Guia, não bate ou castiga seu médium, ela respeita a sua opção e o livre arbítrio que lhe foi outorgado por Deus. Ele não tem ingerência sobre isso.
Como dito anteriormente, o médium ao se afastar do seu compromisso mediúnico ou do terreiro, não deixa de ser médium por isso, de acordo com o que faça da sua vida a partir daí é o que vai justificar sua nova condição, se fizer coisas boas continuará recebendo boas influências, mas se levar uma vida desregrada receberá influências negativas ou ruins.
A Umbanda, tão pouco seus guias e protetores, não têm função de nos punir e sim de orientar e amparar.

7. O que é um “guia de frente”?
É a entidade que chefia a coroa do médium, é representante direto de seu Orixá Regente. É responsável em comandar todas as entidades e guias que trabalhem na coroa do médium ela traz as orientações e ordens diretas do Orixá Regente. São também conhecidas como mentores. Em alguns terreiros pode ser também um Preto-velho ou um Caboclo.

8. Pode duas ou mais pessoas receber entidades com o mesmo nome?
Certamente que sim. Aliás, isso é bastante comum de acontecer da mesma maneira que encontramos pessoas com o mesmo nome.
Podemos observar várias entidades se identificando como: Caboclo Ubirajara, por exemplo, isso não quer dizer que é a mesma entidade ou o mesmo espírito, e sim entidades que trabalham em um mesmo campo vibracional.
Na verdade se paramos para pensar realmente, o nome é o menos deve importar, mas sim o grau de comprometimento com a caridade.

9. Como é o desenvolvimento de um médium Umbandista?
Embora esta questão seja bastante específica e a resposta varie de terreiro para terreiro, como a maioria das questões sobre ritualística e fundamentos, vejamos alguns pontos que devem ser observados.
a) É fundamental uma avaliação minuciosa do médium com relação a Umbanda e suas próprias aspirações. É de suma importância que ele esteja certo de que é isso que deseja para si e para sua vida, que entenda que a Umbanda é uma religião que o ajudará na sua evolução através da Caridade e não é para resolver seus problemas.
b) A casa que ele escolher para realizar este empreendimento deve estar o mais próximo do que ele acredite, entenda e queira para si. É fundamental que seja uma casa séria e comprometida com a caridade, ou seja, que seja realmente de Umbanda.
c) As diferentes ritualísticas da Umbanda servem exatamente para atender as diversas aspirações. Por isso antes de qualquer coisa ele deve frequentar a assistência assiduamente, observar, envolver-se e estudar até ter certeza que ali é o seu lugar.
d) Cada casa tem um critério para se fazer parte da corrente, procure saber qual é. Ao entrar para a corrente deverá seguir rigorosamente as orientações do Dirigente e da Entidade chefe ou das pessoas a sua ordem.
e) Entender que nãos será umbandista dos portões para dentro do terreiro, mas sim de coração, corpo e alma. Deverá dedicar-se, educar-se, doutrinar-se seguindo as orientações recebidas, que sua conduta moral deverá ser constantemente vigiada.
f) Participar de todas as seções que esteja, abertas aos médiuns novos, estudarem e se dedicar com afinco, buscando sempre melhorar seus pensamentos, desejos e vontades. Buscar constantemente a evolução espiritual e moral para assim poder preparar o seu corpo e mente para ser um bom instrumento para as Entidades Protetoras e Guias.
Buscar tudo isso irá facilitar a incorporação e o desenvolvimento de sua mediunidade, se entregue de corpo e alma, sem medo. É essencial lembrar que é um momento de adaptação, onde tanto médium quanto entidade estará se afinando. Não tenha pressa, o tempo que você levará para incorporar, dar passes, dar consultas, só dependerá de você mesmo, de sua dedicação empenho e preparo seguindo as orientações que lhe forem passadas.

10. É verdade que homens que trabalham com entidades femininas são Gays ou podem se tornar?
Não, não é verdade. O que determina a preferência sexual de uma pessoa é ela mesma e não a entidade, aliás, ninguém tem ingerência sobre este assunto, isso é um pensamento machista e preconceituoso, a Umbanda não coaduna com pensamentos retrógrados. Ninguém vira ou se torna homossexual, ou ela é ou não é, isso é uma característica dela e deve ser respeitado O médium é um medianeiro, um aparelho para a espiritualidade trabalhar pela expansão da caridade, assim sendo a entidade não interfere na personalidade do médium, senão todos que incorporarem Ogum serão guerreiros, e quem trabalha com todas as linhas sofre de personalidades múltiplas. Então se for assim mulheres também não podem trabalhar com entidades masculinas, pois se tornarão lésbicas.
Temos que mudar esta mentalidade e acabar com o preconceito dentro dos Terreiros. A Umbanda tem lógica e coerência, o que deve realmente interessar não é a preferência sexual do indivíduo, mas o quanto de caridade e amor a pessoa tem para fazer e dar, o quão dedicado a espiritualidade ela o é, e o quão envolvido com o astral superior ela esteja.

11. Como funciona a hierarquia dentro de um terreiro de Umbanda?
Dentro de um terreiro de Umbanda deve existir organização e disciplina. E para manter essa organização e disciplina deve existir também um sistema hierárquico. Alguns Terreiros dividem-se em parte administrativa e espiritual.
A parte administrativa funciona como uma associação normal, com Presidente, Tesoureiro, Secretários e outros cargos que possam vir a serem úteis na composição de seu estatuto. Já a parte espiritual é comum ser dividida da seguinte forma:
a) Babalorixá e Ialorixá: São os Dirigentes do terreiro, o Sacerdote (Babalorixá) ou a Sacerdotisa (Ialorixá). É o Responsável espiritual por tudo que acontece nas gírias, antes, durante e depois. São também chamados de pais e mães-de-santo. Eles têm a função de cuidar e zelar espiritualmente do Terreiro e dos médiuns, orientar e dirigir os trabalhos abertos e fechados ao público. São os responsáveis em fazer cumprir as diretrizes estabelecidas pelo astral superior.
b) Pai Pequeno e Mãe Pequena: São as segundas pessoas na hierarquia de um terreiro. Tem como função auxiliar e substituir quando necessário o Babalorixá e a Ialorixá. Outras funções específicas variam de terreiro para terreiro.
c) Médiuns de Trabalho: São os médiuns que trabalham incorporados, cujas entidades já dão consulta e já passaram por todos os preceitos do terreiro, que também variam de Terreiro para Terreiro.
d) Médiuns em Desenvolvimento: São Médiuns que como o nome já diz, estão em desenvolvimento, ainda não passaram por todos os preceitos da casa. Em alguns Terreiros ele podem dar passes, já incorporam uma ou outra linha de trabalho, mas não são autorizados a dar consultas. Estão sendo preparados para tornarem médiuns de Trabalho. Ajudam no auxílio às entidades incorporadas.
e) Cambonos: São os responsáveis para auxiliar as entidades, esclarecer a assistência quanto às obrigações passadas, coordenar a entrada da assistência nas consultas e passes.
f) Curimbeiro, Tabaqueiro ou Ogã: É a pessoa responsável pela puxada dos pontos cantados e bater ou tocar o atabaque, quando utilizados pelo Terreiro. Sua função é a de ajudar na evocação das entidades e auxiliar a manter a agrégora positiva da Casa durante as seções.
Deixemos bem claro que todas as funções são importantes dentro da organização de um Terreiro e nenhuma é melhor ou pior que a outra, o respeito e a disciplina deve sempre ser elementos básicos da convivência entre todos, deve-se tomar muito cuidado com a vaidade e a inveja, sentimentos que devem ser sempre repudiados por todo e qualquer umbandista.

12. O que pode ou não dentro dos rituais praticados nos Terreiros serem considerados de Umbanda?
Podemos observar a enorme confusão que as pessoas fazem em relação ao que faz ou não parte dos rituais da Umbanda e o que faz um terreiro serem considerados de Umbanda.
Em primeiro lugar a premissa básica para que se determine que um terreiro seja UMBANDA é a caridade que se pratica no local. Não podemos confundir fundamentos com elementos de rito ou culto. Em primeiro lugar é fundamental estabelecermos algumas premissas básicas para o perfeito entendimento a respeito da diferenciação do que seja “fundamento” de “elemento de rito”.
Fundamento: é tudo que existe velado ou não, dentro do terreiro que “fundamenta” e direciona seus trabalhos. Estabelece suas linhas de força trabalhada e cultuada, assim como a missão da Casa. Ou seja, interfere e determina o resultado final dos trabalhos realizados. É estabelecido pelos Dirigentes espirituais. Exemplo: firmezas ou pontos de força estabelecidos no Gongá.
Elemento de Rito: é tudo que existe, velado ou não, presente ou não, que não interfere no resultado final dos trabalhos e nem na missão da Casa. É estabelecido pelo sacerdote.
Entendido isso vejamos então o que determina realmente se um terreiro é de Umbanda ou não?
a) Na umbanda o atabaque é elemento de rito, ou seja, a presença ou não do atabaque NÃO interfere no RESULTADO final do trabalho. A gira pode ficar, e fica mesmo, mais alegre, mais “vibrante”, mas o resultado final é o mesmo. As entidades incorporam e fazem seu trabalho da mesma maneira.
b) As roupas (saias rodadas, etc.) são elemento de rito, o fato de serem brancas é que é fundamento, ou seja, se as mulheres trabalham com “baianas” rodadas ou sem roda, ou de jalecos não interfere no resultado final do trabalho. As roupas coloridas podem ser usadas em giras festivas. Vai da preferência do sacerdote.
c) Sacrifício de animal não é fundamento e muito menos elemento de rito da umbanda, entretanto é e tem fundamento em outras religiões.

Esses simples exemplos servem apenas para ilustrar, pois é tão fácil e simples saber ou detectar se um terreiro é de umbanda ou não. Há caridade? Não há cobrança por trabalhos, consultas ou passes? Não há sacrifício de animais? Então é umbanda. Fácil, não? O resto, ou quase tudo, é elemento de rito.

13. Qual a necessidade ou a importância do uso de roupas brancas?
A “Roupa Branca” usada pelos médiuns nos rituais de Umbanda deve ser tratada de maneira especial e usada exclusivamente para este fim.
Ela representa a pureza e a simplicidade, além do branco ser uma cor que absorve a vibrações mas não as retém.

14. Qual o objetivo dos banhos de ervas?
Tem ervas que são para descarrego, outras para energização e outras com ambas as funções, outras simplesmente preparatórias para algum tipo de trabalho.
Dependendo da necessidade o médium ou o consulente, tomará seu banho de ervas objetivando sempre uma boa harmonização com as forças da natureza, para a consecução dos objetivos propostos.
Os banhos de ervas necessitam de uma ritualística preparatória e não devem ser tomados indiscriminadamente, só devem ser tomados sob orientação da Entidade ou do Dirigente do Terreiro ou de pessoas a sua ordem, pois sem o conhecimento específico do problema e do objetivo a ser alcançado, o banho pode ter efeito contrário. Por exemplo, se a pessoa tiver agitada demais não deverá tomar banho de ervas Ogum ou Iansã, pois poderá ficar mais agitada ainda.

15. Porque batemos a cabeça no gongá?
O “bater a cabeça” é um gestual que representa humildade e respeito, é uma ato de oferecimento de seu Ori (coroa), de reverencia e agradecimento à Coroa Regente da Casa e de pedido de benção.

16. E os colares na Umbanda?
Os “colares”, os quais chamamos de “guias”, são utilizados para auxiliar fixação da vibração do Orixá e tem a função de atração ou proteção.
Utilizar ou não, a quantidade de contas e quanto o tipo varia de Terreiro para Terreiro conforme a orientação da Entidade Chefe ou do Dirigente. Mas elas não devem ser compradas, pois devem ser preparadas pela própria pessoa segundo os preceitos de cada casa.

17. Na Umbanda não existe sacrifícios de animais? Mas já vi terreiros que praticam esses rituais, então eles não são Terreiros de Umbanda?
Não, não são terreiros de Umbanda. A Umbanda anunciada e fundada como culto pelo Caboclo das 7 Encruzilhadas não tem a prática de sacrificar animais.
O que precisa ficar bem claro é que Terreiro que pratica sacrifícios de animais, seja para iniciações, descarrego, oferendas ou qualquer outra coisa, não é um terreiro de Umbanda, mas sim outra forma de culto que não nos cabe discorrer sobre.

18. Porque fazer firmeza para Exús e Pombas-gira?
Exús e Pomba-giras são nossos guardiões e defensores dos ataques do astral inferior. Ao fazermos firmeza para eles estamos fornecendo pontos de energização e fixação de energia que visam a facilitar este trabalho.

19. Como é o trabalho de um Exú e uma Pomba-gira?
Como já vimos Exús e Pombas-gira trabalham para nossa defesa e proteção. Atuam nas regiões umbralinas ou onde sua presença se fizer necessária. São verdadeiros soldados do astral envolvendo os trabalhos de defesa com sua energia equilibradora.

20. Qual é a importância de uma gira de Exús?
As giras de exus servem para expurgar, descarregar, encaminhar, limpeza do terreiro, dos médiuns e de todos os trabalhos de desobsessão do mês.
Servem também para oportunizar a estas entidades maravilhosas, através da incorporação e da consulta, sua evolução e na busca de conselhos de assuntos mais de terra.
Não podemos esquecer que eles é que dão o primeiro combate contra as forças trevosas, são eles que nos defendem que representam e levam as ordens dos enviados de orixás aos níveis mais baixos da crosta, são eles os executores dos kármas, que limpam, descarregam e atuam como elementos magísticos no desmanche de trabalhos de magia negra.

21. Porque algumas entidades na Umbanda bebem e fumam?
A Umbanda, seus médiuns, os espíritos que nela trabalham e, em particular, os espíritos que trabalham na linha de Exu são alvos de muitas críticas devido ao uso da bebida alcoólica e do fumo durante seus trabalhos.  Essas críticas baseiam-se no conhecimento, com o qual concordamos plenamente, de que o vício e a mediunidade responsável são incompatíveis.
Por isso, a Umbanda é comumente associada a espíritos ainda muito apegados à matéria e/ou a médiuns despreparados e de precária estrutura moral. É claro que temos entidades que por estarem em um plano ainda próximo ao da terra guardam os vícios de uma encarnação recente, bem como médiuns que se utilizam das entidades para se embriagarem. Mas isso não é regra, não é porque uma entidade bebe e fuma que ela é um espírito inferior, o fumo e a bebida também fazem parte da caracterização da entidade e ajuda na comunicação entre a entidade e consulentes que associando, por exemplo, um preto-velho que fuma cachimbo ou um Exu que bebe marafo como legítimos e, portanto, dignos de confiança e respeito. Muita das vezes, mesmo pessoas cultas podem levantar dúvidas quanto à legitimidade da comunicação mediúnica quando ela não envolve o uso desses instrumentos de caracterização da entidade (nos quais se incluem, também, a mudança de voz ou de postura física do médium, embora esses elementos tenham suas devidas funções, como se explicará melhor em outra oportunidade).  Essa caracterização das entidades é fundamentada em processos culturais desenvolvidos desde os tempos antigos e presentes no surgimento da Umbanda e facilitam que o médium iniciante reconheça e assimile a personalidade da entidade, permitindo que a entidade se expresse sem maior influência da sua personalidade, já que o médium se torna mais flexível a uma realidade psíquica estranha à sua.
Dentro do conceito Elemental, o fumo é uma defumação direcionada, que traz além do vegetal, os quatro elementos básicos (terra, água, ar e fogo) para trabalhos de magia prática. O Sopro por si só traz efeitos terapêuticos e espirituais muito valorosos e eficazes nos trabalhos de cura e limpeza, que somado ao poder das ervas é potencializado muitas vezes em resultados largamente vistos durante os trabalhos de Umbanda. Já o Álcool é do elemento água, provindo de um vegetal (a cana), que se sustenta na terra, altamente volátil no ar e considerado o "Fogo líquido", de fácil combustão. Tanto o Fumo quanto o Álcool são utilizados para desagregar energia negativa, queimar larvas e miasmas astrais, e no caso do Álcool para desinfetar e limpar no externo e no interno já que pode ser ingerido.
O fumo, Tabaco, o álcool são considerados um "Elemento de Poder", usados há milênios pelos povos indígenas, considerado sagrado com larga utilização em seus trabalhos de cura. Tudo que é sagrado traz o divino e as virtudes para nossas vidas, sempre que profanamos algo sagrado atraímos a dor e o vicio. Assim o mesmo tabaco e o álcool que cura em seu aspecto sagrado também vicia e traz a dor quando utilizado de forma Profana.

Umbanda é Seria e tem Fundamentos Questione, procure Conhecer mais, não fique esta guinado e acima de tudo tenha sempre em mente de que por mais que tenha Conhecimentos, ainda é pouco...  
Texto extraído do Livro "Umbanda – Mitos e Realidades" de Iassã Ayporê Pery.

O MAIOR DE TODOS OS FEITIÇOS!



O MAIOR DE TODOS OS FEITIÇOS!

Fico muito aborrecido quando ouço algumas afirmações cobrando dos Orixás transformações que jamais deveriam ser atribuídas as divindades. O homem é um ser mutável e pré-disposto a assimilação rápida, o convívio deveria implicar em um amadurecimento e na evolução da espécie. Ao contrario disso me deparo com inúmeras pessoas que o cabelo ficou branco, mas que a total falta de caráter predomina, contradizendo a máxima que o homem Amadurece e Fica Sábio.
O maior de todos os Feitiços, aquele que sentencia o homem ao insucesso, é a falta de caráter, quando o individuo Rouba, Trai e Mente ele se afasta da sua Essência, Primária, Divina.
A origem do homem é fruto de Deus, mas o homem enquanto produto constituído fruto do divino com suas atitudes distancia-se dos benefícios criados pelos Orixás, a mudança de atitude é o ponto de partida para a Evolução.
Sendo assim a mudança deve ser a partir do comportamento e das atitudes, para que aja a transformação o processo deve acontecer de dentro para fora e não ao contrario, o bom caráter abre caminhos e cria oportunidades atraindo a sorte.
É comum ver Sacerdotes preparando Ebós para seus iniciados com o intuito de afastar as negatividades, sem que tenham abordado com seus discípulos questões que envolvem o bom comportamento e as atitudes Positivas implicando assim na grande maioria das vezes em uma sequencia de insucessos.
A tolerância, a paciência, a bondade e o desprendimento assim como a honestidade e a verdade implicam no processo de limpeza dos canais de comunicações com o orixá, o bom caráter fala e é ouvido, o mau caráter reza e não é escutado.
A avareza, o egoísmo e a Mentira assim como a Traição e a Desonestidade isolam o homem dos Orixás e de seus semelhantes, a postura negativa é sem dúvida a maior das magias maléficas.
Dizem que o mestre aparece quando o discípulo está bem preparado, na verdade o discípulo só esta preparado quando os dois tem bom caráter, o exemplo é a melhor de todas as lições contrariando sempre a frase que diz “faça o que digo, mas não faço o que faço”.
Nos versos de Ifá encontramos orientação de qual caminho seguir, porém se somente passamos por cerimonias e dentro de nós nada muda não chegamos a lugar nenhum.
Por essa razão antes de reclamar que você não tem sorte. “Analise as suas atitudes”.

Fonte Fanpage:
Guardião Morcego.

VISÕES DIFERENCIADAS PARA UM MESMO TEMA "MEUS ORIXAS" POR ALEXANDRE CUMINO, POR EDNAY MELO, POR RUBÉNS SARACENI.



Orixá de Frente – Orixá Adjunto – Orixá Ancestral – A natureza humana.
Qual é o meu Orixá?
De quem eu sou filho? Quem é o meu Pai de cabeça? Quem é o meu padrinho? Qual é o casal de Orixás que me acompanham?
Antes, porém, de saber qual é o meu Orixá é importante entender o que isso quer dizer, qual é a minha relação com os Orixás. Entendendo que temos também um problema de linguagem, o que um Terreiro entende por meus Orixás, outro Terreiro entende de uma forma diferente.
É muito comum as pessoas procurarem alguém que jogue búzios e ali fazer uma leitura de Orixá. Agora, é mais comum ainda você ir a um lugar e alguém lhe falar:
“Você é filho de Xangô”; aí você vai num outro lugar e lhe dizem: “Você é filho de Ogum”; vai num terceiro lugar e lhe dizem: “Você é filho de Oxóssi”; sem contar que as características de Xangô, Ogum e Oxóssi são diferentes.
E você fica sem saber, fica vendido, sem entender qual é, afinal, o meu Orixá?
A contra pergunta é: do que é que lhe adianta saber qual é o seu Orixá, se você não sabe o que isso significa na sua vida? Do que é que lhe adianta saber que é filho de Ogum, se você não conhece Ogum.
No Candomblé é um recurso comum jogar os búzios, identificar o seu Orixá, a validade do jogo de búzios num Terreiro de Candomblé é proporcional ao quanto você deposita de confiança naquele sacerdote, essa é a questão.
O jogo de búzios não é um fundamento da religião de Umbanda.
O que quer dizer que não é um fundamento?
Isso quer dizer que a Umbanda não prescinde do jogo de búzios para existir.
No ritual de Umbanda, as consultas espirituais são feitas com as entidades incorporadas, diferente do Candomblé onde o sacerdote faz a consulta por meio de um oráculo. É por isso que na Umbanda não é tão comum usar o jogo de búzios, embora não seja proibido.
Quem faz a identificação do seu Orixá, do seu Pai de cabeça?
 Geralmente, é o dirigente do Terreiro que identifica quais os Orixás de cada um dos filhos, mas ainda assim, é comum esse médium passar um tempo num Terreiro e ali fazer uma leitura de Orixá, depois vai para outro Terreiro e lhe dizem: “Não, aqui o seu Orixá é outro”. Ainda, pra complicar mais a questão, pra ficar mais complexo ainda, há de se pensar que há Terreiros de Umbanda que trabalham com apenas sete Orixás.
Por exemplo, há Terreiro de Umbanda que trabalha apenas com: Oxalá, Oxum, Oxóssi, Xangô, Ogum, Obaluaiyê, Iemanjá. E se esta pessoa for um filho de Oxumaré? Uma filha de Obá? E se é uma filha de Iansã? E aquele Terreiro não cultua Iansã. Então, nunca será feita uma leitura de que você é filha de Iansã.
Tudo isso torna a questão um tanto complexa. Nesses casos, por exemplo, se alguém é filho de Oxumaré e está num Terreiro que não cultua Oxumaré, ele vai aparecer como filho de Oxum; se é uma filha de Egunitá e não cultua Egunitá, vai aparecer como filha de Iansã; se é uma filha de Nanã Buroquê e naquele Terreiro não cultua Nanã Buroquê, vai aparecer como filha de Obaluaiyê, porque são Orixás que fazem pares.
É comum que se diga então que a leitura está errada, no entanto, se esquece de perceber que nada acontece por acaso, não existe leitura errada, existe leitura que faz parte daquele contexto, naquele contexto esta leitura é a mais adequada. Assim como há momentos na vida em que embora você seja filho de Xangô, por exemplo, outro Orixá toma a sua frente pra lhe ajudar em alguma situação.
Isso tudo vai tornando a leitura de Orixá uma coisa cada vez mais complexa, mais complicada. Qual é o ideal? O ideal é: você conhecer os Orixás, identificar os Orixás e você se identificar com eles, reconhecer em você as qualidades dos Orixás.

A questão da filiação é algo parecido com a questão dos signos do zodíaco. Parecido, não é a mesma coisa.
Para identificar o seu signo é preciso apenas da sua data de nascimento e aí eu sei onde estava passando o sol no momento em que você nasceu, mas, para traçar um perfil astrológico mais completo é preciso construir uma “Carta Natal”, é preciso fazer um “Mapa Astral” e aí precisa do lugar onde você nasceu, da hora em que você nasceu e precisa de um Astrólogo ou de um programa de Astrologia para identificar onde estava cada planeta na hora em que você nasceu.
Ser filho de Orixá também é algo que numa primeira instância, parece tão simples quanto ser Geminiano, Canceriano, Taurino, mas olhando mais de perto é tão complexo quanto uma carta natal que vai lhe dar um série de características.
Há semelhanças, mas não é a mesma coisa porque com a sua data de nascimento não é possível identificar qual é o seu Orixá. Senão, todos aqueles que nascem naquela data seriam filhos do mesmo Orixá. Há semelhanças porque os Arianos têm muitas qualidades de Ogum, mas não quer dizer que todos Arianos são filhos de Ogum. Os Cancerianos têm muitas qualidades de Oxum, mas não quer dizer que todos são filhos de Oxum. Então, os Geminianos têm muitas qualidades de Oxóssi, mas não quer dizer que todos são filhos de Oxóssi.
Quem é que dá qualidades de Ogum ao Ariano? É o planeta Marte, que é o planeta da guerra, um planeta que tem qualidades de Ogum e de Iansã. Mas, você pode ser um Ariano que nasceu com a energia do planeta Marte bloqueada por causa da influência de algum outro planeta, então, você pode ser um Ariano que tem mais qualidades de Mercúrio e aí na leitura de Orixá você pode ter um perfil com muito mais de Oxóssi do que de Ogum. Por isso, não basta a sua data de nascimento pra saber quem é o seu Orixá.
Talvez, com uma carta astral completa e um bom Astrólogo que seja também um bom intérprete de Orixás, você tenha uma ideia, mas nunca vai ter certeza.

 O caminho mais seguro pra você saber qual é o seu Orixá é o caminho do autoconhecimento e do conhecer os Orixás.
Há de se conhecer os Orixás, o maior número de Orixás.
Conhecendo os Orixás, identificando qual é ou quais são as qualidades desses Orixás e como elas se refletem nos seus filhos, ou seja, quais são as qualidades de Oxalá? São qualidades de tranquilidade, de passividade, de religiosidade, os filhos de Oxalá têm um perfil mais magnético, envolvente, congregador.
Conhecendo essas qualidades você vai se identificar com elas. Qual é o perfil das filhas ou filhos de Logunan? O perfil é também religiosidade, são pessoas mais reservadas, que tem uma fé muito forte e que não aceitam nada de errado com relação à fé e que tem uma relação especial nas questões pertinentes a lidar com o tempo.
Como são as filhas ou os filhos de Oxum? São pessoas amorosas, vaidosas, sentimentais – Ah mais todo mundo é amoroso, todo mundo é vaidoso – a questão é: as filhas e os filhos de Oxum têm isso num grau de importância maior do que, por exemplo, os filhos de Ogum, as filhas de Iansã.
As filhas de Iansã são mais guerreiras, são mulheres que vão à guerra. Os filhos de Ogum também são altamente guerreiros, são ordenadores, gostam de mandar, de dar ordem, filho de Ogum é aquele que vai à frente. Então, isso dá um perfil emocional, psicológico, dá inclusive, um perfil de arquétipo físico.
Se o filho de Ogum é alguém que gosta de ir à frente, que toma a frente gosta de mandar, geralmente o seu biotipo físico é de alguém forte, de alguém grande porque o perfil emocional de uma pessoa mexe com seus hormônios, os hormônios mexem com o corpo, isso está diretamente ligado ao campo de interesse daquela pessoa. O filho de Ogum geralmente tem interesse em atividade física, em manter o corpo sempre esbelto, forte, se não é dessa maneira pelo menos ele se sente assim.

Mas, temos filhos de Ogum com Oxum, filhos de Ogum com Iemanjá, filhos de Ogum com Obá, filhos de Ogum com Nanã.
Dessa maneira, nem todos os filhos de Ogum são iguais porque se eu tiver um filho de Ogum com Nanã, ao mesmo tempo em que ele tem esse ímpeto pra guerra, ele tem Nanã pra lhe acalmar.
Agora, se é um filho de Ogum com Iansã, o tempo todo ele está procurando onde fazer guerra – “fazer guerra” nesse sentido é defender algo, defender uma ideia, defender um ideal, fazer valer os seus valores.
 Já um filho de Xangô, assim como um filho de Ogum é alguém que se movimenta de forma muito emotiva e emocional, é alguém que quando você o convida para uma briga, ele não pergunta por que você vai brigar, ele só quer saber se você é amigo dele ou não.
Um filho de Xangô é extremamente racional, Xangô é o Orixá da razão, então, o perfil do filho de Xangô é o perfil de racionalizar as coisas, de fazer justiça, de colocar na balança, então, não importa para o filho de Xangô sair correndo, ir à frente, ir brigar, fazer guerra, o que importa pra ele é saber se é justo, se é correto.
O filho de Xangô tem uma tendência a ficar mais sossegado,  avaliando as coisas, pesando, medindo. Quando ele vê uma injustiça, ele vai para cima, mas ele é alguém muito mais sossegado, mais bonachão, mais tranquilo.
Isso é conhecer os Orixás.
Assim como a filha de Iemanjá é aquela que onde está estabelece famílias, gosta de formar vínculos emocionais com as pessoas, a filha de Iemanjá é muito zelosa, cuidadosa e às vezes até um pouco, no negativo, manipuladora.
Como saber qual é o meu Orixá?
 É importante estabelecer uma relação entre as qualidades do Orixá e as minhas qualidades, isso se chama “autoconhecimento”.
Estudar os Orixás, saber qual é o meu Orixá dentro da Umbanda deve ser um mérito.
É um campo de estudos e conhecimento.

Não é simplesmente jogar o búzio e perguntar para um Caboclo:
“Qual é o meu Orixá?”
E depois ficar em dúvida “Será?”, “Será que é esse mesmo o meu Orixá?”.
Quem é o seu Orixá?
É aquele que lhe dá as suas características, suas qualidades principais, essas que você mostra para o mundo, que aparece para todo mundo.
E quem é esse Orixá?
Esse é o seu Orixá de Frente, é aquele que é chamado: “Pai de cabeça”.
No entanto, somos filhos de todos os Orixás.
Há, porém,  um Orixá que está de frente para mim, chakra frontal,  e outro que vibra no chakra posterior, que é o Orixá de Juntó.
 O de Juntó é o que vibra por trás e temos um Orixá Ancestral, na verdade, nós temos dois Orixás Ancestrais, um Orixá Ancestral dominante e um Orixá Ancestral recessivo. Isso gera uma quadratura: Pai e Mãe Ancestral, Pai e Mãe de cabeça.
Quando se fala em Orixá Ancestral, geralmente estamos falando do “Orixá dominante”, que é aquele que vibra no centro do chakra da coroa - é esse Orixá que nos deu a nossa natureza - e o “recessivo” vibra no chakra básico.
Orixá Ancestral, dominante e recessivo, eles formam um casal de Orixás.
Este casal é o seu Pai e a sua Mãe Ancestral que nunca vai mudar.
É o casal de Orixás que lhe acolheu no seu primeiro momento de existência, muito antes de se tornar um ser humano, entrar no ciclo reencarnacionista.
Lá, na origem, quando você era só uma centelha, o Pai e a Mãe lhe fecundaram e você foi se desenvolvendo como uma célula mater, como um zigoto e foi crescendo.
Começaram a se formar os seus chakras, os vórtices de energia no seu corpo e esse Pai e essa Mãe mantiveram um vínculo até o seu retorno ao criador.
E esse vínculo se dá por uma ligação que vem do alto, pelo chakra da coroa e por embaixo, pelo chakra de base e que é justamente essa ligação que estabelece o eixo de energia e equilíbrio que a gente tem que permeia todos os chakras e esse eixo existe desde o início dos tempos pra cada um de nós e é o eixo de energia original, primordial de cada um de nós, então, esse é o eixo da nossa natureza.
Nossos Orixás Ancestrais são aqueles que dão a nossa natureza, uma natureza mais íntima. É o Orixá Ancestral que diz quem você é na sua essência primeira e mais íntima.
Quanto ao Orixá de Frente e o Orixá de Juntó são aqueles Orixás que regem esta encarnação. Então, em cada encarnação, nós temos um casal de Orixás diferentes, regendo aquela encarnação no aspecto de Frente e de Juntó ou Adjunto.
O Orixá de Frente nos conduz de forma racional, o Orixá de Juntó nos conduz de forma emocional. Se você observar os chakras, nós teremos, então, o Orixá Ancestral dominante vibrando aqui em cima na coroa, Orixá Ancestral. Nós teremos o Orixá de Frente vibrando na parte da frente do chakra frontal e o Orixá Juntó ou Adjunto vibrando na parte posterior do chakra frontal. Isso forma um triângulo de forças, esse triângulo de forças é formado: com Orixá Ancestral no vértice de cima, Orixá de Frente no vértice da Direita e Orixá de Juntó no vértice da esquerda, a gente chama isso de: “triângulo de forças do médium”.
Orixá Ancestral dominante e recessivo formam um casal porque é necessário um casal para lhe fatorar, é necessário um casal para lhe conceber. Qual casal? Qualquer Pai com qualquer Mãe pode ser o casal Ancestral. Então, pode ser Oxalá com Oxum, pode ser Oxumaré com Obá, pode ser Obaluaiyê com Iemanjá, pode ser Xangô com Nanã, qualquer casal pode ser o seu Ancestre. Não precisa ser o par vibratório ideal como: Oxalá/ Logunan, Oxum/ Oxumaré, Oxóssi/ Obá, Xangô/ Egunitá, não precisa ser um par original, qualquer casal pode ser o casal de Orixás Ancestral seu.
O Orixá de frente e de Juntó também formam um casal, qualquer Orixá pode estar de frente e qualquer Orixá pode estar de Juntó, a única questão é: deve formar um casal. Homem pode ter Orixá de Frente feminino também, então, de Juntó vai ser masculino.
Mulher pode ter Orixá de Frente masculino, logo de Juntó vai ser feminino.
Orixá de Ancestre é muito difícil de fazer leitura porque é uma qualidade íntima, quase imperceptível.
A leitura de Orixás costuma ser:
O de Frente e o de Juntó, mas às vezes surge uma leitura de dois Orixás masculinos. Então, pode ser que numa leitura que dá “Ogum e Xangô”, não pode ser de Frente e de Juntó. O que é que pode ser uma leitura dessas?
“Você é filho de Ogum e Xangô”, pode ser que você tenha Ogum de Frente e que seu Ogum pessoal está na vibração de Xangô. Isso acontece demais, identificar que esse filho de Ogum é um filho de Ogum vibrando no campo de Xangô, então, dá uma leitura “Ogum e Xangô”.
Ou uma leitura “Iemanjá e Oxum”, uma filha de Iemanjá que está vibrando no campo de Oxum; “Oxum e Iansã”, uma filha de Oxum que vibra no campo de Iansã. Esses, porém, são casos raros.
Muito raramente se faz uma leitura com o Orixá Ancestral.
Geralmente, o mais comum quando a leitura dá dois Orixás do mesmo “sexo”, é que esse Orixá de Frente está trabalhando na sua vida atualmente.
Nós temos um problema na Umbanda de linguagem, cada um fala uma língua, cada um quando diz: “Qual é o seu Orixá?”, faz uma leitura diferente e às vezes ainda diz: “Não, meu filho. No Candomblé o seu Orixá é tal, na Umbanda o sei Orixá é outro”. Então, quem é filho de Ogum é filho de Ogum na Umbanda e é filho de Ogum no Candomblé. Quem é filho de Oxalá é filho de Oxalá em qualquer lugar.
Diz-se também: “Todos somos filhos de Oxalá”, pois é, mas há aqueles que nascem com Oxalá de Frente, porque, na verdade, todos somos filhos de todos os Orixás. E se eu tenho um casal que forma Orixá de Frente e Orixá de Juntó porque o Orixá de Frente está vibrando no chakra frontal e de Juntó está vibrando atrás do chakra frontal, também, temos outro Orixá vibrando na frente do chakra cardíaco e outro atrás do chakra cardíaco, temos um Orixá vibrando na frente do chakra esplênico e outro atrás do chakra esplênico, na frente do umbilical e atrás do umbilical e no básico a gente tem o Ancestre recessivo, como já falamos.
Esta é uma leitura que não se faz, é quase impossível fazer uma leitura dessas, já é difícil chegar numa leitura de um Orixá pra algumas pessoas, de dois Orixás, de três ou uma leitura de quadratura.
Geralmente, uma leitura de quadratura, pode ser o Ancestre dominante e recessivo junto com o de Frente e o de Junto, mas, uma quadratura também pode ser: o Orixá de Frente e o seu campo de atuação, como a gente comentou: “Ogum e Xangô”. Orixá de Juntó com seu campo de atuação: “Oxum com Iemanjá”, aí eu tenho quatro.
Na verdade são dois: de Frente e de Juntó e mais o campo de atuação que o de Frente está e mais o campo de atuação que o Juntó está, dá uma quadratura chama-se de “quadratura” por serem quatro Orixás.
Quando alguém faz a leitura de quatro Orixás pra você, esta pessoa sabe dizer o que isso quer dizer? Sabe lhe informar o que isso quer dizer? Então, você é que tem que fazer essa leitura, você é que tem que identificar.
Podemos ter um Orixá de Frente atuando no campo de outro Orixá. O que isso quer dizer?
 Quer dizer que, por exemplo, se você é filho de Ogum - Ogum é o Orixá ordenador, o Orixá da lei, é aquele que põe disciplina, que põe ordem, que toma à frente - se ele está no campo de Xangô isso quer dizer que o seu Ogum pessoal, o Ogum que você incorpora é um Ogum trabalhando no campo da justiça, quer dizer que ele é um ordenador da justiça.
E ele podia ser um Ogum no campo de Oxum: seria ordenador do amor; podia ser um Ogum no campo de Iemanjá: ordenador da vida; podia ser um Ogum no campo de Oxalá: ordenador da fé.
Se for um Ogum no campo de Oxalá, isso quer dizer que: o seu Pai de cabeça Maior é Ogum e o seu Ogum pessoal é um Orixá que é especialista em colocar a ordem e trazer a lei no campo da fé. Logo, você vai herdar essas qualidades – “herdar” aqui tem o significado de que você está o tempo todo sendo influenciado – por isso se diz: “Seu Orixá de Frente”. Qual é o objetivo de ter um Orixá de Frente?
 É que durante toda aquela encarnação, este Orixá vai lhe orientar pra você aprender aquilo que,  pra ele é natural. Por exemplo, em cada encarnação você é filho de um ou outro Orixá diferente.
 Se eu nasci, encarnei tendo por missão aprender as coisas do amor, então, eu vou nascer com Oxum de Frente. E ela vai me orientar de forma racional, isso quer dizer que o tempo todo ela está vibrando: é o meu Orixá de Frente, ela vai  vibrar as qualidades dela em mim.
É como se fosse o contrário de um médium obsediado, um médium obsediado vibra as qualidades do obsessor, aqui é como se fosse uma obsessão divina, o tempo todo você está vibrando as qualidades do Orixá, que ao contrário de um obsessor  que tira a sua energia, o Orixá está lhe dando a energia dele o tempo todo.

Você tem dificuldade em lidar com questões racionais?
 Você nasce com Xangô de Frente.
Tem dificuldade de tomar a frente nas situações?
 Você nasce com Ogum de Frente.
Agora, você tem a missão de tomar a frente, de aprender a tomar a frente, de ter essa energia, o impulso de Ogum e o teu campo de atuação nessa vida deve ser o campo da fé, então, você nasce com Ogum de Frente trabalhando no campo de Oxalá.
E o Juntó?
O Juntó nos orienta de forma emocional.
Toda vez que você se desequilibra do seu racional, o Juntó lhe ampara. Então, você tem Xangô de Frente e Oxum de Juntó, Xangô está lhe vibrando o tempo todo uma qualidade que você não tem, você nasceu pra aprender as qualidades de Xangô, por isso que você nasce com Xangô de Frente.

 Você nasceu para aprender as qualidades de Ogum, por isso você nasce com Ogum de Frente, parece que você já tem aquelas qualidades, porque Ogum está de Frente o tempo todo lhe dando essas qualidades. Se você tem Oxum de Frente, você está o tempo todo recebendo as qualidades de Oxum. Quando você se desequilibra na qualidade do seu Orixá de Frente, você se refugia, você se resguarda ou você passa a ser amparado pelas qualidades do seu Orixá de Juntó.
Vamos supor que o seu Ancestre é Oxalá, então, sua natureza ancestral sendo Oxalá, você é naturalmente uma pessoa mais tranquila, mais sossegada, os filhos de Oxalá são contemplativos, são introspectivos, são reservados e você pode ter nascido com Ogum de Frente.
Toda essa natureza de Oxalá é algo interno, é algo pessoal, como você nasceu com Ogum de Frente, você nasceu para se tornar mais impetuoso, você nasceu pra se tornar mais ativo, nasceu pra tomar mais a frente nessas questões. Isso não é tão natural porque o seu natural é Oxalá que é o seu Ancestre.

Agora, você está com Ogum de Frente, então, Ogum o está impelindo o tempo todo a agir, se impondo pela lei, pela emoção, algo que às vezes vai ser feito até pela força, qualidade de Ogum, de Frente. Como a sua natureza é outra, há momentos que você se desestabiliza e aí é o Juntó que vai lhe dar o equilíbrio.
Por exemplo, se o teu Juntó é Oxum, no momento em que você se desequilibra nessa força de Ogum, então, é o amor de Oxum que vai lhe dar equilíbrio. Se for Iemanjá são as qualidades maternais de geração com relação à vida que vão lhe equilibrar.
Se for Iansã o teu equilíbrio vai ser justamente a energia de Iansã. Então, o filho de Ogum com Iansã, na hora que ele se desequilibra aí ele vai mais pra cima ainda porque Iansã é o seu Juntó.
 Agora, o filho de Ogum com Oxum quando se desequilibra vai se recolher nos seus sentimentos voltados ao amor ou num sentimentalismo assim. É comum, por exemplo, alguém que tem Iansã de Frente, mulheres que tem Iansã de Frente são guerreiras, não param quietas e são muito movimentadoras, agitadas e geralmente as pessoas as vêem como grandes batalhadoras, grandes guerreiras.
Mas, essa filha de Iansã, no seu íntimo se sente uma pessoa frágil, porque a sua natureza anterior e ancestral pode ser Oxum, pode ser Logunan, pode ser Iemanjá que não é tão guerreira. Então, intimamente, ela sente o Orixá de Ancestre, mas o que ela mostra para o mundo é o Orixá de Frente e assim é com todos nós.
Nós encarnamos tendo por Orixá de Frente aquilo que é a missão de aprender nessa encarnação, temos por Orixá de Juntó aquele que nos dá o equilíbrio.
 Por exemplo:  Alguém que há muitos anos é vegetariano.
Não come carne há muito tempo, não está acostumado mais com as proteínas da carne e principalmente em fazer digestão de carne. Vamos supor que por alguma razão ela procurou um médico e esse médico tem a crença de que essa pessoa precisa comer carne.

Ela vai começar a receber algo que ela não tem que ela não está acostumada, vai começar a comer carne. Isso vai dar uma indisposição, vai dar indigestão e ela precisa de alguma coisa pra equilibrar no momento em que ela está recebendo algo que não recebe há muito tempo, que não tem há muito tempo, então, vai tomar um digestivo.
É uma comparação, é como se a carne fosse o “Orixá de Frente”, você está recebendo aquela energia que você não tem, que não está acostumado e o “de Juntó” entra como um digestivo, pra você conseguir digerir, pra você conseguir absorver, compreender como lidar.
 O de Juntó vai ajudar você a lidar com questões que você não está mais acostumado, que não entende, mas que você está recebendo, você está sendo impelido.
 É como numa obsessão ao contrário, o Orixá de Frente está lhe oferecendo essas virtudes o tempo inteiro, ao contrário de um obsessor que oferece os vícios dele o tempo todo, se alimenta do seu vício, da sua energia, mas quando você está obsediado, está vibrando a qualidade do obsessor sem perceber você começa a se comportar como o obsessor.
Agora, nós o tempo todo não nos damos conta, mas temos o tempo todo comportamento do nosso Orixá de Frente porque a gente nasceu, encarnou pra aprender as qualidades do Orixá de Frente. Isso é o que quer dizer Orixá de Frente, o Orixá de Juntó está sempre nos equilibrando, o Ancestre está na coroa.
 “Somos filhos de todos os Orixás” porque em cada chackra, nesses cinco tem um casal de Orixás, nos dois chakras de ponta temos mais um casal de Orixás que são os nossos Pai e Mãe Ancestre.
 “Orixá de Frente” é o que você mostra para o mundo, “Orixá de Ancestre” é a sua natureza íntima, “Orixá de Juntó” como você reage de forma emocional - mas, assim como numa carta astral, nós não temos só esses três.
Cada um deles está numa qualidade, dá pra construir uma quadratura, nós temos um Orixá em cada chakra. E muito mais do que isso, em cada chackra tem um Orixá que vibra no centro, como aqui está o de Frente e temos mais seis vibrações em torno.
Cada chakra recebe as sete vibrações de Deus, mas uma vibração em específico está no centro que diz qual é o Orixá que vibra no centro, mas tem outras seis em volta e cada uma dessas seis é uma das seis vibrações de Deus de forma universal ou cósmica. Então, nós temos sete Orixás vibrando em cada chakra gerando uma configuração única, é como um código de DNA.
Se você pensar que tem sete Orixás aqui (coroa), sete Orixás aqui (frontal frente), sete Orixás aqui (frontal atrás), cada chakra tem uma configuração de sete Orixás. Então, pode ser Oxalá ou Logunan, Oxum/ Oxumaré, Oxóssi/ Obá, no qual um está no centro e os outros seis estão em torno, isso é uma leitura que nunca é feita, é só pra você ter uma ideia. Que dizer: “Esse é teu Orixá”, não é uma coisa que você está amarrado, você não está fechado na concepção de ter um Orixá.
 “Você é filho de Xangô”, você continua sendo filho de todos os outros Orixás. No entanto, Xangô está de frente, isso quer dizer que você não deixou de ter os outros Orixás, somos filhos de todos Orixás e há momentos, circunstâncias e situações na vida em que inclusive outros Orixás tomam a nossa frente pra nos ajudar a resolver certas situações.
Não basta saber qual é o seu Orixá, é importante você sentir-se filho e filha de todos os Orixás.
Não basta estudar: Oxalá e Logunan na Fé, Oxum e Oxumaré no Amor, Oxóssi e Obá no Conhecimento, Xangô e Egunitá na Justiça.
 Não basta saber: ponto de força de Oxum e Oxumaré na cachoeira; ponto de força Oxóssi Obá na mata; ponto de força de Xangô nas montanhas e pedreiras; Iansã na pedreira; Ogum nos caminhos; Egunitá nos caminhos e nas pedreiras; Obaluaiyê no campo santo;  Nana nos lagos; Omulú, no campo santo também; de Iemanjá no mar.
A cor de Iemanjá azul-claro; de Obaluaiyê Violeta; de Nanã é Lilás; de Omulú é roxa; de Xangô é marrom, pode ser vermelho; de Ogum é vermelho, pode ser azul; Oxum é cor-de-rosa; Oxumaré é azul turquesa; Oxalá é branco; Logunan é azul petróleo ou branca e preta. Então, são questões técnicas não adianta saber qual a cor, qual ponto de força, qual o fator, qual o elemento, qual o verbo, isso é uma relação fria.
É preciso estabelecer uma relação de proximidade com o Orixá, criar uma intimidade com o Orixá,  intimidade não é você ser amiguinho do Orixá, é uma relação íntima, de sentir a presença do Orixá.
Você acende vela pra Oxalá, pra Ogum, pra Oxum, pra Nanã, pra Obaluaiyê, ótimo, mas, você sente a presença de Oxalá na sua vida? Você sente a presença de Ogum, de Oxum, de Nanã? Mais do que acender uma vela é você elevar os pensamentos a Deus, mentalizar Oxalá e sentir a energia de Oxalá lhe tomando no momento em que você eleva os pensamentos, que você pensa em Oxalá, isso é proximidade, sentir que Oxalá está em você.
Elevar os pensamentos a Xangô, sentir a força de Xangô, a energia de Xangô vibrando nos seus músculos, no seu corpo, na sua corrente sanguínea, no seu peito, na cabeça, sentir. Trazer a força de Obaluaiyê, onde vibra Obaluaiyê no seu ser? Quem é Obaluaiyê? O que ele representa pra você? Então, é importante também conhecer os Orixás. Conhecer os Orixás lhe ajuda a identificar que energia é essa que eu estou sentindo.
O que é que eu estou vibrando?
 Carga, todo mundo sente, demanda todo mundo sente, todos sentem que estão com uma praga, com mal olhado, com quebranto, com inveja, todo mundo sente que tem uma demanda mental, tem alguém que não gosta muito de você, não para de pensar em você. Agora, sentir a presença dos Orixás na sua vida é que precisa um pouquinho mais de refinamento, de você afinar, perceber, precisa de estudo, precisa você sentir a presença do Orixá.
 Segurar uma vela na mão, oferecer para o Orixá e trazer essa energia aqui no alto da sua coroa, sentir essa energia, essa vibração. Rezar pra aquele Orixá, firmar essa vela e sentir que essa energia está firmada, está colocada, está vibrando ali, chama-se “firmar força”.
Não adianta querer colocar uma vela para um Orixá, firmar uma vela pra algo que você não está sentindo. O que adianta dizer que é filho de Xangô se você não sente a energia de Xangô, se você não sente a presença de Xangô? Então, é importante sentir, criar uma relação de intimidade, de proximidade com o Orixá.
No momento em que se fala de “Orixá Ancestral” a gente fala de um casal de Orixás de Pai e Mãe, então, a questão da natureza do ser fala sobre a questão íntima, é de cada um no que diz respeito a ser: masculino ou feminino ou homem e mulher.
Dentro dessa questão, existe um texto chamado: “A natureza do ser”, de André Luiz.
Nesse texto, do Chico Xavier, está escrito:
“Quem tem natureza masculina, quase sempre nasce num corpo masculino; quem natureza feminina, quase sempre nasce num corpo feminino”.
Quem nasce homem, quase sempre nasce homem; quem nasce mulher, quase sempre nasce mulher. Quando é que acontece da natureza estar trocada? Ou seja, de ter uma natureza feminina e nascer num corpo masculino?
 Acontece sim, de ter uma natureza masculina e nascer num corpo feminino e vice-versa, isso acontece e a Umbanda tem um olhar de muito respeito para a natureza de cada um, aquele que tendo a natureza masculina quando em determinada encarnação usou da sua força pra abusar da mulher, aquele que é o machão, o homem que se impõe pela força e que diminui que agride a mulher, é comum depois nascer num corpo feminino pra aprender a dar valor à mulher.
 A mulher, que usa da sua feminilidade, da sua sensualidade, da sua força feminina para diminuir o homem ou para se aproveitar de alguma forma que se coloca e subjuga o homem com a força de uma forma egoísta e com falta de respeito, então, nasce num corpo de homem pra aprender a dar valor.
 É comum dizer que o espírito não tem sexo. Acontece que quando você desencarna se você é homem, você continua homem; se você é mulher, você continua mulher no astral.
Se a tua natureza é feminina e você gosta de homem, você continua gostando. Se a tua natureza é masculina e você gosta de mulher, você continua gostando porque é quem você é.
Encarnação após encarnação, geralmente isso não muda, o que muda é: nascer num corpo trocado pra ter uma experiência de respeito com o outro sexo ou quando nasce num corpo trocado pra ter uma encarnação inteirinha em que você não vai se relacionar com ninguém, você vai se fechar vai ser recluso, isso também acontece em algumas encarnações missionárias.
No momento da fatoração do ser, na Androgenesia, quando um Pai e uma Mãe vêm para fatorar, tem um que é dominante e um que é recessivo, então, se o seu Orixá dominante - Orixá dominante que está vibrando na coroa – se esse Orixá dominante é masculino, sua natureza é masculina. Você pode até nascer num corpo feminino, mas sua natureza é masculina. Se o seu Orixá dominante é feminino, a natureza é feminina, pode nascer num corpo masculino, mas a natureza é feminina.
Há uma natureza íntima que é mais ativa ou passiva, que é mais masculina ou feminina.
 Na obra de Kardec no “Livro dos Espíritos” se diz: “Você pode nascer homem ou mulher porque você precisa ter essa experiência, senão você nunca teria essa experiência”.
O que passa a imagem, a ideia de que espírito não tem sexo, nasce em qualquer corpo. Acontece que espírito tem natureza, a gente diz “sexo” da forma como a gente entende é algo do corpo morfológico, do corpo biológico, mas o corpo plasmado também tem sexualidade. No mundo Astral, tanto nas primeiras esferas acima quanto abaixo, as pessoas trocam energia.
O sexo não é tabu na Umbanda e não é pecado desde que se tenha amor. Então, a troca amorosa entre duas pessoas é algo que alimenta um ao outro e essa troca amorosa também existe no astral, não é algo que só se justifica para procriar, não, é o momento de amor, de troca.

Por que a homossexualidade?
Há sim, questões de homossexualidade onde alguém de natureza feminina encarnou no corpo masculino, alguém de natureza masculina encarnou no corpo feminino.
É uma questão de que você sente que embora esteja num corpo masculino tem uma natureza feminina e vice-versa, mas há não apenas a questão de uma natureza trocada. Há também,  muitas vezes, o interesse de relacionar-se com alguém da mesma natureza.
Há quem tenha natureza masculina e está num corpo masculino, mas tem interesse em trocar carinho e amor com quem é da mesma natureza. Também acontece de ter uma natureza feminina, um corpo feminino e ter vontade de trocar carinho, de trocar amor porque sente carinho por alguém que também é feminina e de natureza feminina.
Onde há respeito, amor, carinho, não há pecado, não há nada de errado.
O respeito só é respeito de fato,  e nós devemos respeitar a opção sexual e afetiva de todas as pessoas, o respeito só é respeito quando ele não vem acompanhado de uma palavrinha: “mas” - “eu respeito, mas eu acho...” - então, a questão é essa ou respeita ou não respeita.
Qual é o olhar da espiritualidade?
O olhar da espiritualidade é:
 Às vezes, alguém de natureza feminina está num corpo masculino, às vezes alguém de natureza masculina está num corpo feminino. Mas, a questão é: às vezes alguém de natureza feminina e corpo feminino querem trocar carinho com alguém da mesma natureza e vice-versa.
 A natureza masculina é ativa, a feminina é passiva.
O problema na questão do sexo é o vício.
Onde há virtude, sentimento, não há vício.
Onde não há sentimento nenhum,  há dependência, o sentimento é de crise de privação, onde o que você sente é um vício, algo que lhe dói, que lhe machuca, isso nós dizemos que não é bom. Tudo que machuca não é bom, o que lhe faz bem é bom.
E tudo que é bom é justamente onde não há dor, nem mentira, nem enganação, nem nada disso. E a pior mentira que existe é mentir para si mesmo, que a gente possa primeiro nos respeitar, entendendo que o corpo é sagrado.
Há de se compreender, pela Umbanda,  que a semeadura é livre, a colheita é obrigatória e nas questões pertinentes ao sexo, entender que sexo é algo que deve estar vinculado ao amor, ao carinho e que o corpo é algo sagrado, respeitando isso eu nunca vi nenhum Preto Velho, nenhum Caboclo, nenhum Boiadeiro, nem Baiano, nem Exu, nem Pomba gira ter algum preconceito ou discriminar alguém.
Que a gente possa entender isso sob um olhar divino, um olhar sagrado, entender a questão das naturezas e da liberdade que cada um tem de trocar amor e carinho com quem quiser desde que haja respeito.
Annapon
(Baseado no curso de Teologia de Umbanda Sagrada – Alexandre Cumino).
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O Que é Orixá Ancestral e de Frente?

Por Ednay Melo
Ouvimos sempre perguntas a respeito do que seja Orixá Ancestral, de Cabeça, de Frente, Juntó. São muitas as denominações e explicações, muitas vezes, de difícil entendimento.
O lema da Umbanda que praticamos é sempre a simplicidade, não confundir com o simplório, mas entender de forma simplificada o que, talvez, não estejamos ainda preparados para entender em sua plenitude e essência.
O que a espiritualidade que nos assiste nos informa e que somos capazes de entender é o seguinte, para que principalmente os médiuns da nossa Casa tenham um conceito sobre Orixás Regentes de Coroa mais próximo da nossa doutrina:
O Orixá Ancestral é o que chamamos na nossa Casa de Pai e Mãe de Cabeça, ou Pai e Mãe Orixás. É o casal Orixá cuja essência, qualidade divina, herdamos em alguns traços da nossa personalidade, que nos direcionam e sustentam em toda a nossa existência como ser encarnado e desencarnado. É como a marca do DNA no corpo biológico, sendo uma característica interna de toda a existência espiritual. Fique bem claro que as características negativas de personalidade nunca são do Orixá e sim do encarnado que usa o seu livre arbítrio.
Entendemos Orixá de Cabeça porque ele rege o nosso campo mental, campo das idéias e pensamentos. Exemplo: O encarnado que tem o Orixá Ogum como seu Orixá de Cabeça ou Ancestral, terá sempre a Centelha Divina da Lei e da Ordem em seu inconsciente. E por que inconsciente??? Porque o inconsciente é a instância psíquica onde reside todo o arquivo mental, de todas as vidas, sendo o condutor mestre de todas as ações e reações do indivíduo.
Então, a essência Orixá está lá bem guardadinha no inconsciente. Acontece que a pessoa pode seguir fielmente a virtude do seu Orixá, no caso do nosso exemplo do Orixá Ogum e pode também não seguir e se tornar uma pessoa contrária à Lei e à Ordem, ser em ações contrária à sua essência divina e isto causará um grande desequilíbrio em sua estrutura emocional, por exemplo: uma pessoa corrupta filha de Ogum, estará sempre com um "peso na consciência", porque estará contrária a sua essência, aos seus reais valores internos. Este é apenas um exemplo a grosso modo para que possamos entender.
Soma-se aos Orixás Pai e Mãe de Cabeça outros Orixás a contribuirem, em menor escala, na formação da personalidade. São, o que chamamos em nossa Casa: segunda, terceira, quarta, quinta, sexta e sétima força Orixá. Então, Orixá de Cabeça ou Ancestral forma a nossa essência energética espiritual e os demais nos emprestam alguns traços de personalidade, como um parente mais distante de quem herdamos alguma semelhança. E estas características levaremos em todas as existências, estando encarnado ou desencarnado do plano físico.
Importante salientar aqui que a Energia Primeira do Criador representada na Umbanda por Pai Oxalá, também está presente na coroa de todos os filhos, ao "lado" da vibração dos Pais Ancestrais. Então imaginemos, a grosso modo, sobre a nossa cabeça e onde reside o chakra coronário a nível perispiritual, imaginemos três feixes de luzes, uma na cor branca que vem de Pai Oxalá e as outras duas nas cores do nosso casal de Orixás Ancestrais ou Pai e Mãe de Cabeça. Acontece que o filho pode ter, por afinidade que ainda não sabemos definir, pode ter mais presente o feixe de luz branca em seu ori, a energia de Pai Oxalá se sobrepõe aos seus dois Orixás Ancestrais, mas isto não quer dizer que ele seja filho apenas de Pai Oxalá. Então, na nossa Casa, todos são filhos de Pai Oxalá.
E o que seria então Orixá de Frente e Juntó? É também um casal Orixá sendo que estes direcionam apenas a encarnação presente. O Orixá de frente está mais presente e evidente do que o juntó, que o auxilia em um segundo plano, não menos importante.
E de frente estão todos os Orixás, harmoniosamente divididos para auxiliar o indivíduo em determinados momentos da sua vida. Exemplo: uma pessoa reprimida em suas emoções estará a sua frente, pela misericórdia Divina, a Orixá Iansã para proporcionar o dinamismo e o extravasamento destas emoções contidas.
É por isto que costuma-se dizer, erradamente apenas na denominação, que os Orixás brigam pela coroa do filho, termo este inconcebível a um Orixá. Eles não brigam, apenas estão ali porque o filho está precisando das suas vibrações energéticas naquele momento, em outro momento o filho poderá estar precisando de outro tipo de energia para restabelecimento do seu equilíbrio, daí a constatação pelo sensitivo de mais de um Orixá de frente. Ou então em um momento visualizar um Orixá e em outro momento visualizar outro. O dinamismo entre as vibrações Orixás a frente do indivíduo se faz necessário para o equilíbrio energético, físico e emocional do encarnado.
Então, Orixá Ancestral está na nossa essência energética, é a nossa característica básica de personalidade que nos acompanha pela eternidade, em contrapartida, os Orixás de Frente se fazem presentes diante da necessidade momentânea do filho, estão presentes também de acordo com o seu compromisso reencarnatório.
Daí a importância de não se ter preferência nem fanatismo por nenhum Orixá, todos são importantes e essenciais na nossa vida. Devemos agradecer sempre a todos eles, com muita fé, amor e respeito.
Ednay Melo
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O Mistério dos Orixás, Ancestral, de Frente, e Adjunto.


Por: Rubens Saraceni.
Uma dúvida, e a que mais incomoda os umbandistas é sobre seu Orixá. Nós sabemos que Orixá Ancestral não é o mesmo que Orixá de Frente ou Adjunto. O Orixá Ancestral está ligado à nossa ancestralidade e é aquele que nos recepcionou assim que, gerados por Deus, fomos atraídos pelo Seu magnetismo divino.
Todos são gerados por Deus e somos fatorados por uma de suas divindades, que nos magnetiza em sua onda fator adora e nos distingue com sua qualidade divina.  
Uns são distinguidos com a qualidade congregadora e são fatorados pelo Trono da Fé. E, se forem machos, é o Orixá Oxalá que assume a condição de seu Orixá Ancestral. Mas, se for fêmea, aí é a Orixá Oyá Tempo que assume sua ancestralidade.
Uns são distinguidos com a qualidade agregadora e são fatorados pelo Trono do Amor. E, se forem machos é o orixá Oxumaré que assume a condição de seu orixá ancestral. Mas, se forem fêmeas, aí é a orixá Oxum que assume suas ancestralidades.
Uns são distinguidos com a qualidade expansora e são fatorados pelo Trono do Conhecimento. E, se forem machos é o Orixá Oxóssi que assume a condição de seu Orixá Ancestral. Mas, se forem fêmeas, aí é a Orixá Obá que assume suas ancestralidades.
Uns são distinguidos com a qualidade equilibradora e são fatorados pelo Trono da Razão. E, se forem machos é o Orixá Xangô que assume as suas ancestralidades. Mas, se forem fêmeas, aí é a Orixá Egunitá-Oroiná que assume suas ancestralidades.
Uns são distinguidos com a qualidade ordenadora e são fatorados pelo Trono da Lei. E, se forem machos é o Orixá Ogum que assume suas ancestralidades. Mas, se forem fêmeas, aí é a Orixá Iansã que assume suas ancestralidades.
Uns são distinguidos com a qualidade evolutiva (transmutadora) e são fatorados pelo Trono da Evolução. E, se forem machos é o Orixá Obaluayê que assume suas ancestralidades. Mas, se forem fêmeas, aí é a Orixá Nanã que assume suas ancestralidades.
Uns são distinguidos com a qualidade geradora e são fatorados pelo Trono da Geração. E, se forem machos é o orixá Omulu que assume suas ancestralidades. Mas, se forem fêmeas, aí é a orixá Iemanjá que assume suas ancestralidades.
Observem que não estamos nos referindo ao espírito que “encarnou” no plano material e sim ao ser que acabou de ser gerado por Deus e foi atraído pelo magnetismo de uma de suas divindades, que, por serem unigênitas (únicas geradas) transmitem naturalmente a qualidade que são em si mesmas aos seus “herdeiros”, aos quais imantam com seus magnetismos divinos e dão aos seres uma ancestralidade imutável, pois é divina e jamais deixará de guiá-los, porque a natureza íntima de cada um será formada na qualidade que o distinguiu, fator ando-o.
Alguém pode reencarnar mil vezes e sob as mais diversas irradiações que nunca mudará sua natureza íntima. Agora, a cada encarnação, ele será regido por um Orixá de Frente (que o guiará enquanto viver na carne) e será equilibrado por outro Orixá que será o auxiliar (o Adjuntó) desse Orixá de Frente ou “da cabeça”. Usamos o termo “Orixá da Cabeça” porque ele regerá a encarnação do ser e o influenciará o tempo todo pois está de “Frente” para ele.
Sim, o Orixá da Cabeça está à nossa frente nos atraindo mentalmente para seu campo de ação e para o seu mistério, ao qual absorveremos e desenvolveremos algumas faculdades regidas por Ele. Já o Orixá Adjuntó é um equilibrador do ser e atuará através do seu emocional, hora estimulando-o e hora apassivando-o, pois só assim o ser não se descaracterizará e se tornará irreconhecível dentro do seu grupo familiar ou tronco hereditário, regido pelo seu Orixá Ancestral.
A dúvida dos “médiuns” e dos umbandistas se explica pela precariedade dos métodos divinatórios usados para identificar o Orixá da Cabeça e seu Adjuntó. Daí, vemos pessoas reclamarem que a cada Babalorixá ou Ialorixá que consultaram deu um Orixá diferente a cada consulta, criando uma confusão e levando ao descrédito geral. Esta queixa é muito comum e não são poucos os médiuns que estão confusos porque uma consulta diz que é filho desse Orixá e outra consulta diz que é filho de outro Orixá.
Nós dizemos isto: na ancestralidade, todo ser macho é filho de um Orixá masculino e todo ser fêmea é filha de um Orixá feminino.
Na ancestralidade, Orixá masculino só fatora seres machos e os magnetiza com sua qualidade, fatorando-os de forma tão marcante que o Orixá feminino que o secunda na fatoração só participa como apassivadora de sua natureza masculina. E o inverso acontece com os seres fêmeas, onde o Orixá masculino só participa como apassivador dessa sua natureza feminina.
Portanto, no universo da ancestralidade dos seres machos há sete Orixás masculinos e na dos seres fêmeas há sete Orixás femininos.  Também há sete naturezas masculinas e sete naturezas femininas, tão marcantes que é impossível ao bom observador não vê-las nas pessoas.
Saibam que, mesmo que o Orixá da Cabeça ou de Frente seja, digamos, a Orixá Iansã, ainda assim, por trás desta regência, poderemos identificar a ancestralidade se observarem bem o olhar, as feições, os traços, os gestos a postura, etc., pois estes sinais são oriundos da natureza íntima do ser, apassivada pela regência da encarnação, mas não anulada por ela. Certo?
E o mesmo se aplica ao Orixá Adjuntó, pois podemos identificá-lo nos gestos e nas iniciativas das pessoas, já que é através do emocional que ele atua.
Outra forma de identificação é através do Guia de frente e do Exu Guardião dos Médiuns. Mas esta identificação exige um profundo conhecimento do simbolismo dos nomes usados por eles para se identificarem. E também, nem sempre o Guia de frente ou o Exu guardião se mostram, pois preferem deixar isto para o Guia e o Exu de trabalho.
Saber interpretar corretamente o simbolismo é fundamental. Certo? Então, que todos entendam isto:
Orixá Ancestral é aquele que magnetizou o ser assim que ele foi gerado por Deus e o distinguiu com sua qualidade original e natureza íntima, imutáveis e eternas;
Orixá de Frente é aquele que rege a atual encarnação do ser e o conduz numa direção na qual o ser absorverá sua qualidade e a incorporará às suas faculdades, abrindo-lhes novos campos de atuação e crescimento interno;
Orixá Adjuntó é aquele que forma par com o Orixá de Frente, apassivando ou estimulando o ser, sempre visando seu equilíbrio íntimo e crescimento interno permanente.
É por isso também que muitos encontram em si qualidades de vários Orixás. A cada encarnação há a troca de regência da encarnação. E, nessa troca, os seres vão evoluindo e desenvolvendo faculdades relativas a todos os Orixás.
Afinal, se somos “humanos”, absorvemos energias e irradiações, magnetismo e vibrações de todos eles.
Certo?