UMBANDA – MITOS
E REALIDADES.
PERGUNTAS E
RESPOSTAS PARA UM MEDIUM INICIANTE E PORQUE NÃO DIZER PARA OS QUE JULGAM QUE JÁ
SABEM TUDO!
Podemos observar que as pessoas que procuram a Umbanda o fazem, em
sua maioria, para resolverem problemas de ordem material, exigindo um resultado
imediato, e quando não encontram creditam no Terreiro ou ao Dirigente e
Médiuns, quando não a própria Umbanda, o motivo do seu fracasso.
Por que isso acontece? Acreditamos que a culpa disso seja dos
próprios umbandistas que não esclarecem que a Umbanda é uma religião digna e
nobre como todas as outras, se omitem ou são os primeiros a dar “oferendas”
para obterem favores materiais das Entidades.
Por outro lado, sabemos que a Umbanda lida com vários elementos e
uma variedade enorme de espíritos, e também que ela tem a capacidade de
penetração nos mais variados campos do Astral, consequentemente, havendo
merecimento e empenho, muito problemas acabam realmente por ter uma “solução
mais rápida”, mas somente aos que merecem e o fazem por merecer.
Qual é o mistério da Umbanda? Amor e Caridade, pura e simplesmente.
A ritualística que cada terreiro de Umbanda segue, somente serve como um leque
de possibilidades para os diversos anseios de culto de cada um. Na verdade,
quem procura um Terreiro de Umbanda deveria apenas se preocupar se ela é séria,
se não cobra consultas e trabalhos e se tem como objetivo principal a caridade e
o Amor ao próximo. Essa é a verdadeira Umbanda.
Sabendo que temos por obrigação sempre buscar o “por que” das
coisas e não ficarmos satisfeitos com repostas do tipo “isso é assim porque é”
ou “isso é um mistério da fé”, vamos aqui tentar elucidar algumas dúvidas que
encontramos por parte da maioria dos frequentadores e alguns médiuns de
Umbanda. Serão perguntas e respostas que escutamos frequentemente nos terreiros
ou fará deles. Não julguem a qualidade das perguntas, porque se pra você a
pergunta é simples ou boba, para outro poderá não ser. As respostas sim são
simples porque assim é a Umbanda. Então vamos lá:
1. Pode uma pessoa
praticar o mal sob influencia de espíritos?
Sim pode, tanto quanto pode praticar o bem, também influenciada
pelos espíritos. Mas estejam certos de que para que as influencias negativas ou
positivas atuem em nossas vidas devemos estar sintonizados com tais vibrações.
Portanto orai e vigiai. Você tem seu livre arbítrio e é o único
responsável pelas companhias que atrair, tanto carnais como espirituais, e que
permitir atuar em sua vida.
2. Todos somos
médiuns?
Todos nós somos sensitivos, mas alguns em um grau mais elevado que
o outro. Esses diferentes níveis de sensibilidade podem ser compreendidos com
diversas formas de mediunidade que está liga a missão que o individua tem aqui
na terra. Alguns são médiuns de incorporação, outros intuitivos, videntes,
audientes, de efeitos físicos, de pisocofonia e de psicografia, todos passíveis
de desenvolvimento de acordo com o livre arbítrio de cada um.
3. O Médium quando
está incorporado sabe tudo o que está acontecendo e o que a pessoa está falando
com a Entidade?
Normalmente sim. A grande maioria dos médiuns é consciente ou
semiconsciente como falam, ou seja, sabem o que está acontecendo, mas não tem
ingerência sobre as atitudes da entidade.
Normalmente logo após a consulta o médium ainda lembra alguma
coisa, que vem como “flash”, mas logo depois vão esquecendo aos poucos. Somente
médiuns inconscientes é que não sabem o que se passou durante uma consulta, mas
é muito raro este tipo de mediunidade.
Mas se a sua preocupação é se você pode conversar qualquer assunto
com a entidade que o médium não vai contar pra ninguém, isso aí dependerá da
índole do médium e da Casa que ele trabalhe, mas não se preocupe, pois o
princípio básico de uma casa de Umbanda séria é o sigilo em respeito às
consultas e o respeito com os problemas de cada um.
4. Se uma pessoa tem
que trabalhar medi unicamente e se a mesma não entrar para um Centro ela poderá
receber um guia ou entidades na rua, em casa, no trabalho ou em outro lugar?
Não. Uma Entidade Guia ou Protetora “de Luz” não irá de forma
alguma expor a pessoa ao ridículo ou a situações constrangedoras incorporando
em lugares públicos. O fato é que se a pessoa é médium, e tem como missão
trabalhar medi unicamente e opta por não desenvolver sua mediunidade isso não
faz com que ela deixe de ser médium. O que acontece é que sua mediunidade
ficará embrutecida e desamparada expondo a ação de espíritos trevosos que poderão
esses sim, manifestarem em locais públicos colocando a pessoa em situações
embaraçosas e de risco.
A Umbanda ou outra religião qualquer serve para nosso crescimento
moral e espiritual e como um elo de religação com Deus, frequentar ou
participar ativamente de uma deve ser uma opção particular de cada um e não uma
imposição.
Devemos saber que pelo fato de termos uma mediunidade mais aflorada
nos torna imãs, atraindo toda e qualquer energia que estiver nos ambientes aos
quais frequentarmos, o desenvolvimento dessa mediunidade, se faz necessário
para aprendermos a lidar com essas energias e controlar as manifestações e
termos a oportunidade através do trabalho mediúnico de resgatarmos nossos
kármas e compromissos assumidos antes de reencarnarmos.
Negar e fugir disso não nos levará a nada, é claro que existem
outras formas de praticarmos a Caridade, trabalhar medi unicamente deve ser uma
opção e não uma imposição. Cada um com seu Kárma, missão e vontade.
5. É verdade que a
pessoa que entra para trabalhar na Umbanda não pode mais sair, porque atrasa a
vida?
Não, não é verdade. Como também não é verdade que a vida da pessoa
em questão vai pra frente se ela entrar para a Umbanda.
O que ocorre é que ao entrar para a corrente de um terreiro de
Umbanda a pessoa passa a dar vazão e a desenvolver sua mediunidade, assume
compromissos e responsabilidades, se tranquiliza e se harmoniza vibracional
mente e evolutivamente, ou pelo menos deveria.
O “atraso na vida” da pessoa ocorre porque ela deixa de se
equilibrar, evoluir e fazer caridade. Consequentemente ela deixa de ter tranquilidade
para resolver até o mais simples dos problemas. Mas isso ocorre porque a pessoa
saiu do Terreiro, mas não deixou de ser médium e continua recebendo influência
do Astral. E se ela não continuar com suas responsabilidades em ter uma vida
regrada, de conduta ilibada e não praticar a caridade de alguma forma, receberá
maior influencia do Astral inferior, segundo a Lei das afinidades.
Que fique bem claro que não é o ingresso da pessoa ou a sua
permanência na Umbanda, ou qualquer outra religião, que fará com que a vida da
pessoa “ande pra frente” ou que todos os problemas dela se resolverão. Temos
que ter a consciência de que é a sua conduta moral, seu desejo de praticar a
caridade, de ajudar ao próximo, de buscar sua evolução é que será determinante
se ela vai melhorar ou não, é uma questão de merecimento pessoal. A Umbanda
através de um Terreiro sério lhe dará a oportunidade, o conhecimento e o meio,
cabe a pessoa abraçar ou não.
6. É, mas uma vez eu
ouvi um médium dizer que se ele abandonasse as entidades o castigariam? Isso é
verdade?
Não, a entidade não faria isso. Certamente era o médium que em suas
limitações de conhecimento entendia assim. Na verdade o que muito provavelmente
aconteceria, se fosse em um Terreiro sério e com entidades sérias, a Entidade
faria era aconselhar e alertar o médium quanto ao perigo que ele estaria
sujeito ao abandonar a Umbanda ou seu compromisso mediúnico.
Entidade Protetora ou Guia, não bate ou castiga seu médium, ela
respeita a sua opção e o livre arbítrio que lhe foi outorgado por Deus. Ele não
tem ingerência sobre isso.
Como dito anteriormente, o médium ao se afastar do seu compromisso
mediúnico ou do terreiro, não deixa de ser médium por isso, de acordo com o que
faça da sua vida a partir daí é o que vai justificar sua nova condição, se
fizer coisas boas continuará recebendo boas influências, mas se levar uma vida
desregrada receberá influências negativas ou ruins.
A Umbanda, tão pouco seus guias e protetores, não têm função de nos
punir e sim de orientar e amparar.
7. O que é um “guia
de frente”?
É a entidade que chefia a coroa do médium, é representante direto
de seu Orixá Regente. É responsável em comandar todas as entidades e guias que
trabalhem na coroa do médium ela traz as orientações e ordens diretas do Orixá
Regente. São também conhecidas como mentores. Em alguns terreiros pode ser
também um Preto-velho ou um Caboclo.
8. Pode duas ou mais
pessoas receber entidades com o mesmo nome?
Certamente que sim. Aliás, isso é bastante comum de acontecer da
mesma maneira que encontramos pessoas com o mesmo nome.
Podemos observar várias entidades se identificando como: Caboclo
Ubirajara, por exemplo, isso não quer dizer que é a mesma entidade ou o mesmo
espírito, e sim entidades que trabalham em um mesmo campo vibracional.
Na verdade se paramos para pensar realmente, o nome é o menos deve
importar, mas sim o grau de comprometimento com a caridade.
9. Como é o
desenvolvimento de um médium Umbandista?
Embora esta questão seja bastante específica e a resposta varie de
terreiro para terreiro, como a maioria das questões sobre ritualística e
fundamentos, vejamos alguns pontos que devem ser observados.
a) É fundamental uma
avaliação minuciosa do médium com relação a Umbanda e suas próprias aspirações.
É de suma importância que ele esteja certo de que é isso que deseja para si e
para sua vida, que entenda que a Umbanda é uma religião que o ajudará na sua
evolução através da Caridade e não é para resolver seus problemas.
b) A casa que ele
escolher para realizar este empreendimento deve estar o mais próximo do que ele
acredite, entenda e queira para si. É fundamental que seja uma casa séria e comprometida
com a caridade, ou seja, que seja realmente de Umbanda.
c) As diferentes
ritualísticas da Umbanda servem exatamente para atender as diversas aspirações.
Por isso antes de qualquer coisa ele deve frequentar a assistência
assiduamente, observar, envolver-se e estudar até ter certeza que ali é o seu
lugar.
d) Cada casa tem um
critério para se fazer parte da corrente, procure saber qual é. Ao entrar para
a corrente deverá seguir rigorosamente as orientações do Dirigente e da
Entidade chefe ou das pessoas a sua ordem.
e) Entender que nãos
será umbandista dos portões para dentro do terreiro, mas sim de coração, corpo
e alma. Deverá dedicar-se, educar-se, doutrinar-se seguindo as orientações
recebidas, que sua conduta moral deverá ser constantemente vigiada.
f) Participar de todas
as seções que esteja, abertas aos médiuns novos, estudarem e se dedicar com
afinco, buscando sempre melhorar seus pensamentos, desejos e vontades. Buscar
constantemente a evolução espiritual e moral para assim poder preparar o seu
corpo e mente para ser um bom instrumento para as Entidades Protetoras e Guias.
Buscar tudo isso irá facilitar a incorporação e o desenvolvimento
de sua mediunidade, se entregue de corpo e alma, sem medo. É essencial lembrar
que é um momento de adaptação, onde tanto médium quanto entidade estará se afinando.
Não tenha pressa, o tempo que você levará para incorporar, dar passes, dar
consultas, só dependerá de você mesmo, de sua dedicação empenho e preparo
seguindo as orientações que lhe forem passadas.
10. É verdade que
homens que trabalham com entidades femininas são Gays ou podem se tornar?
Não, não é verdade. O que determina a preferência sexual de uma
pessoa é ela mesma e não a entidade, aliás, ninguém tem ingerência sobre este
assunto, isso é um pensamento machista e preconceituoso, a Umbanda não coaduna
com pensamentos retrógrados. Ninguém vira ou se torna homossexual, ou ela é ou
não é, isso é uma característica dela e deve ser respeitado O médium é um
medianeiro, um aparelho para a espiritualidade trabalhar pela expansão da
caridade, assim sendo a entidade não interfere na personalidade do médium,
senão todos que incorporarem Ogum serão guerreiros, e quem trabalha com todas
as linhas sofre de personalidades múltiplas. Então se for assim mulheres também
não podem trabalhar com entidades masculinas, pois se tornarão lésbicas.
Temos que mudar esta mentalidade e acabar com o preconceito dentro
dos Terreiros. A Umbanda tem lógica e coerência, o que deve realmente
interessar não é a preferência sexual do indivíduo, mas o quanto de caridade e
amor a pessoa tem para fazer e dar, o quão dedicado a espiritualidade ela o é,
e o quão envolvido com o astral superior ela esteja.
11. Como funciona a
hierarquia dentro de um terreiro de Umbanda?
Dentro de um terreiro de Umbanda deve existir organização e
disciplina. E para manter essa organização e disciplina deve existir também um
sistema hierárquico. Alguns Terreiros dividem-se em parte administrativa e
espiritual.
A parte administrativa funciona como uma associação normal, com
Presidente, Tesoureiro, Secretários e outros cargos que possam vir a serem
úteis na composição de seu estatuto. Já a parte espiritual é comum ser dividida
da seguinte forma:
a) Babalorixá e
Ialorixá: São os Dirigentes do terreiro, o Sacerdote (Babalorixá) ou a
Sacerdotisa (Ialorixá). É o Responsável espiritual por tudo que acontece nas
gírias, antes, durante e depois. São também chamados de pais e mães-de-santo.
Eles têm a função de cuidar e zelar espiritualmente do Terreiro e dos médiuns,
orientar e dirigir os trabalhos abertos e fechados ao público. São os
responsáveis em fazer cumprir as diretrizes estabelecidas pelo astral superior.
b) Pai Pequeno e Mãe
Pequena: São as segundas pessoas na hierarquia de um terreiro. Tem como
função auxiliar e substituir quando necessário o Babalorixá e a Ialorixá.
Outras funções específicas variam de terreiro para terreiro.
c) Médiuns de
Trabalho: São os médiuns que trabalham incorporados, cujas entidades já dão
consulta e já passaram por todos os preceitos do terreiro, que também variam de
Terreiro para Terreiro.
d) Médiuns em
Desenvolvimento: São Médiuns que como o nome já diz, estão em desenvolvimento, ainda
não passaram por todos os preceitos da casa. Em alguns Terreiros ele podem dar
passes, já incorporam uma ou outra linha de trabalho, mas não são autorizados a
dar consultas. Estão sendo preparados para tornarem médiuns de Trabalho. Ajudam
no auxílio às entidades incorporadas.
e) Cambonos: São os responsáveis
para auxiliar as entidades, esclarecer a assistência quanto às obrigações
passadas, coordenar a entrada da assistência nas consultas e passes.
f) Curimbeiro,
Tabaqueiro ou Ogã: É a pessoa responsável pela puxada dos pontos cantados e bater ou
tocar o atabaque, quando utilizados pelo Terreiro. Sua função é a de ajudar na
evocação das entidades e auxiliar a manter a agrégora positiva da Casa durante
as seções.
Deixemos bem claro que todas as funções são importantes dentro da
organização de um Terreiro e nenhuma é melhor ou pior que a outra, o respeito e
a disciplina deve sempre ser elementos básicos da convivência entre todos,
deve-se tomar muito cuidado com a vaidade e a inveja, sentimentos que devem ser
sempre repudiados por todo e qualquer umbandista.
12. O que pode ou
não dentro dos rituais praticados nos Terreiros serem considerados de Umbanda?
Podemos observar a enorme confusão que as pessoas fazem em relação
ao que faz ou não parte dos rituais da Umbanda e o que faz um terreiro serem
considerados de Umbanda.
Em primeiro lugar a premissa básica para que se determine que um
terreiro seja UMBANDA é a caridade que se pratica no local. Não podemos
confundir fundamentos com elementos de rito ou culto. Em primeiro lugar é
fundamental estabelecermos algumas premissas básicas para o perfeito
entendimento a respeito da diferenciação do que seja “fundamento” de “elemento
de rito”.
Fundamento: é tudo que existe velado ou não, dentro do terreiro que
“fundamenta” e direciona seus trabalhos. Estabelece suas linhas de força
trabalhada e cultuada, assim como a missão da Casa. Ou seja, interfere e
determina o resultado final dos trabalhos realizados. É estabelecido pelos
Dirigentes espirituais. Exemplo: firmezas ou pontos de força estabelecidos no
Gongá.
Elemento de Rito: é tudo que existe, velado ou não, presente ou não, que não
interfere no resultado final dos trabalhos e nem na missão da Casa. É
estabelecido pelo sacerdote.
Entendido isso vejamos então o que determina realmente se um
terreiro é de Umbanda ou não?
a) Na umbanda o
atabaque é elemento de rito, ou seja, a presença ou não do atabaque NÃO
interfere no RESULTADO final do trabalho. A gira pode ficar, e fica mesmo, mais
alegre, mais “vibrante”, mas o resultado final é o mesmo. As entidades
incorporam e fazem seu trabalho da mesma maneira.
b) As roupas (saias
rodadas, etc.) são elemento de rito, o fato de serem brancas é que é
fundamento, ou seja, se as mulheres trabalham com “baianas” rodadas ou sem
roda, ou de jalecos não interfere no resultado final do trabalho. As roupas
coloridas podem ser usadas em giras festivas. Vai da preferência do sacerdote.
c) Sacrifício de animal
não é fundamento e muito menos elemento de rito da umbanda, entretanto é e tem
fundamento em outras religiões.
Esses simples exemplos servem apenas para ilustrar, pois é tão
fácil e simples saber ou detectar se um terreiro é de umbanda ou não. Há
caridade? Não há cobrança por trabalhos, consultas ou passes? Não há sacrifício
de animais? Então é umbanda. Fácil, não? O resto, ou quase tudo, é elemento de
rito.
13. Qual a
necessidade ou a importância do uso de roupas brancas?
A “Roupa Branca” usada pelos médiuns nos rituais de Umbanda deve
ser tratada de maneira especial e usada exclusivamente para este fim.
Ela representa a pureza e a simplicidade, além do branco ser uma
cor que absorve a vibrações mas não as retém.
14. Qual o objetivo
dos banhos de ervas?
Tem ervas que são para descarrego, outras para energização e outras
com ambas as funções, outras simplesmente preparatórias para algum tipo de
trabalho.
Dependendo da necessidade o médium ou o consulente, tomará seu
banho de ervas objetivando sempre uma boa harmonização com as forças da
natureza, para a consecução dos objetivos propostos.
Os banhos de ervas necessitam de uma ritualística preparatória e
não devem ser tomados indiscriminadamente, só devem ser tomados sob orientação
da Entidade ou do Dirigente do Terreiro ou de pessoas a sua ordem, pois sem o
conhecimento específico do problema e do objetivo a ser alcançado, o banho pode
ter efeito contrário. Por exemplo, se a pessoa tiver agitada demais não deverá
tomar banho de ervas Ogum ou Iansã, pois poderá ficar mais agitada ainda.
15. Porque batemos a
cabeça no gongá?
O “bater a cabeça” é um gestual que representa humildade e
respeito, é uma ato de oferecimento de seu Ori (coroa), de reverencia e
agradecimento à Coroa Regente da Casa e de pedido de benção.
16. E os colares na
Umbanda?
Os “colares”, os quais chamamos de “guias”, são utilizados para
auxiliar fixação da vibração do Orixá e tem a função de atração ou proteção.
Utilizar ou não, a quantidade de contas e quanto o tipo varia de
Terreiro para Terreiro conforme a orientação da Entidade Chefe ou do Dirigente.
Mas elas não devem ser compradas, pois devem ser preparadas pela própria pessoa
segundo os preceitos de cada casa.
17. Na Umbanda não
existe sacrifícios de animais? Mas já vi terreiros que praticam esses rituais,
então eles não são Terreiros de Umbanda?
Não, não são terreiros de Umbanda. A Umbanda anunciada e fundada
como culto pelo Caboclo das 7 Encruzilhadas não tem a prática de sacrificar
animais.
O que precisa ficar bem claro é que Terreiro que pratica
sacrifícios de animais, seja para iniciações, descarrego, oferendas ou qualquer
outra coisa, não é um terreiro de Umbanda, mas sim outra forma de culto que não
nos cabe discorrer sobre.
18. Porque fazer
firmeza para Exús e Pombas-gira?
Exús e Pomba-giras são nossos guardiões e defensores dos ataques do
astral inferior. Ao fazermos firmeza para eles estamos fornecendo pontos de
energização e fixação de energia que visam a facilitar este trabalho.
19. Como é o
trabalho de um Exú e uma Pomba-gira?
Como já vimos Exús e Pombas-gira trabalham para nossa defesa e
proteção. Atuam nas regiões umbralinas ou onde sua presença se fizer
necessária. São verdadeiros soldados do astral envolvendo os trabalhos de
defesa com sua energia equilibradora.
20. Qual é a
importância de uma gira de Exús?
As giras de exus servem para expurgar, descarregar, encaminhar,
limpeza do terreiro, dos médiuns e de todos os trabalhos de desobsessão do mês.
Servem também para oportunizar a estas entidades maravilhosas,
através da incorporação e da consulta, sua evolução e na busca de conselhos de
assuntos mais de terra.
Não podemos esquecer que eles é que dão o primeiro combate contra
as forças trevosas, são eles que nos defendem que representam e levam as ordens
dos enviados de orixás aos níveis mais baixos da crosta, são eles os executores
dos kármas, que limpam, descarregam e atuam como elementos magísticos no
desmanche de trabalhos de magia negra.
21. Porque algumas
entidades na Umbanda bebem e fumam?
A Umbanda, seus médiuns, os espíritos que nela trabalham e, em
particular, os espíritos que trabalham na linha de Exu são alvos de muitas
críticas devido ao uso da bebida alcoólica e do fumo durante seus
trabalhos. Essas críticas baseiam-se no conhecimento, com o qual
concordamos plenamente, de que o vício e a mediunidade responsável são
incompatíveis.
Por isso, a Umbanda é comumente associada a espíritos ainda muito
apegados à matéria e/ou a médiuns despreparados e de precária estrutura moral.
É claro que temos entidades que por estarem em um plano ainda próximo ao da
terra guardam os vícios de uma encarnação recente, bem como médiuns que se
utilizam das entidades para se embriagarem. Mas isso não é regra, não é porque
uma entidade bebe e fuma que ela é um espírito inferior, o fumo e a bebida
também fazem parte da caracterização da entidade e ajuda na comunicação entre a
entidade e consulentes que associando, por exemplo, um preto-velho que fuma
cachimbo ou um Exu que bebe marafo como legítimos e, portanto, dignos de
confiança e respeito. Muita das vezes, mesmo pessoas cultas podem levantar
dúvidas quanto à legitimidade da comunicação mediúnica quando ela não envolve o
uso desses instrumentos de caracterização da entidade (nos quais se incluem,
também, a mudança de voz ou de postura física do médium, embora esses elementos
tenham suas devidas funções, como se explicará melhor em outra
oportunidade). Essa caracterização das entidades é fundamentada em
processos culturais desenvolvidos desde os tempos antigos e presentes no
surgimento da Umbanda e facilitam que o médium iniciante reconheça e assimile a
personalidade da entidade, permitindo que a entidade se expresse sem maior
influência da sua personalidade, já que o médium se torna mais flexível a uma
realidade psíquica estranha à sua.
Dentro do conceito Elemental, o fumo é uma defumação direcionada,
que traz além do vegetal, os quatro elementos básicos (terra, água, ar e fogo)
para trabalhos de magia prática. O Sopro por si só traz efeitos terapêuticos e
espirituais muito valorosos e eficazes nos trabalhos de cura e limpeza, que somado
ao poder das ervas é potencializado muitas vezes em resultados largamente
vistos durante os trabalhos de Umbanda. Já o Álcool é do elemento água,
provindo de um vegetal (a cana), que se sustenta na terra, altamente volátil no
ar e considerado o "Fogo líquido", de fácil combustão. Tanto o Fumo
quanto o Álcool são utilizados para desagregar energia negativa, queimar larvas
e miasmas astrais, e no caso do Álcool para desinfetar e limpar no externo e no
interno já que pode ser ingerido.
O fumo, Tabaco, o álcool são considerados um "Elemento de
Poder", usados há milênios pelos povos indígenas, considerado sagrado com
larga utilização em seus trabalhos de cura. Tudo que é sagrado traz o divino e
as virtudes para nossas vidas, sempre que profanamos algo sagrado atraímos a
dor e o vicio. Assim o mesmo tabaco e o álcool que cura em seu aspecto sagrado
também vicia e traz a dor quando utilizado de forma Profana.
Umbanda é Seria e tem Fundamentos Questione, procure Conhecer mais,
não fique esta guinado e acima de tudo tenha sempre em mente de que por mais
que tenha Conhecimentos, ainda é pouco...
Texto extraído do Livro "Umbanda – Mitos e Realidades" de Iassã Ayporê Pery.
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