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domingo, 27 de setembro de 2015

EU, QUERO ENTRAR COM ESSA ROUPA BRANCA SUJA DE SANGUE NO CÉU, PARA MOSTRAR PARÁ OXALÁ...

Foto de TUOD Tenda de Umbanda Ogum Delê.

TUOD Tenda de Umbanda Ogum Delê (Direitos Reservados)


Povo De Umbanda!

Uma pequena menina, foi levada pela tia á um terreiro, 
de umbanda numa festa de Cosme e Damião e lá, 
vendo, 
os guias manifestados, se encantou com aquele, 


ambiente religioso,

Chegando em casa ela falou com os pais assim: “Pai 
deixa eu ser da Umbanda ?” 
O Pai e a mãe disseram: “De jeito nenhum, isso é coisa 
do diabo” 
E por toda a semana a jovem menina tanto insistiu que 
por fim os pais falaram:
“Quer ser desta seita do diabo?, pode ser mas com, 
uma condição, todo o culto que você for, quando você, 
chegar em casa você vai tomar uma surra pará afastar,
"coisas ruins" que virão com você!
Então ela falou “Tudo bem, eu aceito”.
E assim começou o calvário daquela jovem menina, ia, 
pro culto chegava em casa uma surra, ia pro culto, 
novamente, chegava em casa, outra surra,
Um dia sua tia que a levou ao terreiro lhe deu uma,
blusa e saia brancas para que se vestisse como todos 
na casa, 
neste dia a menina estava radiante e muito feliz com 
sua roupa branca, dançou e cantou várias cantigas na 
frente do, 
altar sozinha e bateu cabeça ao seu Pai de Santo, que, 
carinhosamente chamava de “Padrinho”, mesmo, 
sabendo que, 
apanharia de seu pai biológico quando chegasse em 
sua casa...
No término do culto o pai da menina chegou bêbado, 
pegou a menina pela mão e a espancou muito diante 
do, 
terreiro, 
e não satisfeito jogou-a no chão com força, desta, 
forma, batendo a cabeça dela no meio fio e a, 
machucando, 
mortalmente,
Prenderam o pai da menina, enquanto a tia e o Pai de 
Santo pegaram a menina e a colocaram em um banco, 
tiraram, 
sua roupa branca e lhe enrolaram em lençóis, 
enquanto, 
ela ameaçava perder a consciência, naqueles 
instantes, 
quando lhe voltava a consciência, ela falava:
”Padrinho cadê minha roupa branca?”
O Pai de Santo já chorando lhe falou:
“Esquece sua roupa branca minha filha, ela tá toda 
suja 
de sangue, fica firme, aguenta que os médicos estão 
chegando”
As vezes ela apagava, as vezes se acordava de novo e 
falava:
“Tia... Padrinho..., me dá a minha roupa branca, eu 
quero a minha roupa branca” ; e eles falavam:
“Esqueça sua roupa branca filha, ela tá toda suja de, 
sangue” ;e isso aconteceu umas cinco vezes; na 
quinta, 
vez que, 
aconteceu isso, a menina falou :
“Padrinho, padrinho eu estou vendo oxalá ali em pé, e 
ele está me dizendo que vai me levar agora, por favor, 
por tudo, 
o que é mais sagrado, me dá a minha roupa branca”
O Pai de Santo extremamente abalado foi lá dentro do, 
terreiro, pegou a roupinha branca da menina toda, 
ensanguentada e lhe entregou nas mãos, ela abraçou, 
sua roupa branca com todo carinho, só de calcinha e, 
foi, 
fechando os olhinhos pela última vez nessa terra, nisto 
o Pai de Santo lhe perguntou,
“Mas por que você quer tanto essa roupinha branca 
minha filha?”
E as últimas palavras da menina foram:
Eu quero entrar com essa roupa branca suja de sangue 
no céu, para mostrar para Oxalá, que assim como um 
dia, 
ele, 
sangrou por mim, eu também sangrei por ele”.

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