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“Sem folha não tem sonho
Sem folha não tem vida
Sem folha não tem nada
Quem é você e o que faz por aqui
Eu guardo a luz das estrelas
A alma de cada folha...” -
Sem folha não tem vida
Sem folha não tem nada
Quem é você e o que faz por aqui
Eu guardo a luz das estrelas
A alma de cada folha...” -
Salve as Folhas (Gerônimo / Ildásio Tavares)
Na liturgia e nos rituais de Umbanda, vemos
o uso de ervas seja na forma de amacís,
imantações, banhos de descarga, etc. Isso
porque as ervas detém grande quantidade de
energia vital, no elemento vegetal, que
através de suas combinações podem produzir
determinado efeito positivo ou negativo,
como tudo que é energia no Universo.
As ervas possuem forte poder para atuarem em
nossa aura, em nosso campo energético, fato
este já conhecido pelos indígenas, e demais
povos ancestrais que já as utilizavam para
diversos fins.
Como já dito, através do uso de sua energia
as ervas podem ser classificadas quanto aos
seus efeitos, sejam positivos, negativos ou
neutros. Diante desse conhecimento, a
Umbanda utiliza-se desse elemento para
desenvolver seus rituais, seus descarregos,
curas ou fortalecimentos, tudo comandado
pelas entidades espirituais que determinam o
uso apropriado do elemento vegetal conforme
o caso.
Uma das formas de utilização das ervas na
Umbanda, são na forma de banho. Os banhos de
descarrego são usados para eliminar
vibrações negativas, limpando o perispírito
de miasmas negativos, magia negativa ou
mesmo da influência de obsessores. Os banhos
de fixação, para adquirir vibrações
positivas, vitalizando os chacras do médium
de energia positiva para fortalecimento dos
processos mediúnicos ou de ligação do
espírito encarnado com seus guias e
entidades atuantes.
O uso destes
banhos são de grande importância e depende
do conhecimento e uso de ervas e raízes, nas
suas diferentes qualidades e afinidades, que
devem entrar na composição dos mesmos, não
se podendo facilitar quanto a isso.
Geralmente para banhos deve-se usar as ervas frescas, e este deve ser preparado dentro de um ritual, o qual consiste em:
1. Nunca ferver as folhas junto com a água.
2. As folhas devem ser maceradas ou quinadas e colocadas em vasilhas de louça, ágata ou potes de barro.
3. Em alguns casos, quando não houver necessidade de água quente, as ervas devem ser quinadas diretamente sobre a água.
4. É conveniente usar sempre água de boa qualidade, como pôr exemplo: água de mina, de poço ou água mineral.
Ocorre uma diferenciação, também, na forma
em que se deve tomar o banho. No de
descarrego, deve-se molhar do pescoço para
baixo, jamais a cabeça; já no banho de
fixação, este deve ser tomado de corpo
inteiro. Não se deve enxugar o corpo
totalmente após os banhos indicados na
Umbanda, para que haja maior captação ou
eliminação da energia propiciada pelas ervas
usadas no banho.
Deve-se, após o banho, as ervas utilizadas
serem jogadas, de preferência em lugares de
água corrente, como rios ou mar.
Há banhos para todos os Orixás e Entidades e
muitos banhos têm dia e hora certos para
tomar.
As ervas são também usadas no ritual do
amaci,
Amaci é um banho de ervas que se faz no
médium iniciante na Umbanda com as ervas
específicas do Orixá de cabeça do médium,
este banho é dado inclusive na cabeça do
médium e tem a finalidade de limpar o campo
astral e preparar o médium para entrar na
corrente mediúnica, é uma preparação, uma
espécie de primeira confirmação do médium na
corrente mediúnica, é um vínculo energético
do médium com o seu Orixá, com a casa e com
o seu Babalorixá porque somente o Babá pode
dar este banho e colocar a mão na cabeça do
médium. A partir deste ponto o médium é um
médium de Umbanda e está energeticamente
vinculado ao seu Orixá.
Também visa propiciar ao médium maior
contato com seus Orixás de Coroa, devendo o
dirigente do templo colher as ervas de todos
os Orixás, uma de cada pelo menos, e
colocá-las quinadas dentro do preparo que
será feito com as quatro águas (mar,
cachoeira, chuva e fonte/mineral), com 3
(três) dias de antecedência do ritual do
Amaci.
Além do amaci conforme descrito
anteriormente, ao qual o médium se submete
ao entrar para um templo de umbanda,
anualmente é feito este ritual com a
finalidade de preparar o médium para receber
as energias vibrantes do terreiro, além de
oferecer ao filho de fé a limpeza de seu
campo áurico, bem como confirmar as
entidades trabalhadoras da coroa daquele
médium.
As Plantas dos Orixás se dividem em
positivas, negativas ou neutras:
POSITIVAS:
são ervas que, quando usadas, só
positivam, não podendo ser
intrinsecamente usadas para outro tipo de
trabalho.
NEUTRAS:
são todas as ervas que servem para, material
ou espiritualmente, neutralizar o efeito de
outras ervas, o efeito de doenças, assim
como o efeito de vibrações negativas e/ou
positivas.
NEGATIVAS:
são ervas usadas explicitamente para
negativar.
A erva é sempre positiva quando colhida nos
dois primeiros dias da lunação respectiva; a
dita erva torna-se neutra quando colhida nos
3o , 4o
e 5o dias da lunação, e
negativa quando colhida nos 6o
e 7o dias da lunação.
Diz-se Dia de Lunação, porque as
ervas devem ser colhidas das 6hs às 18hs,
portanto sob o efeito dos raios solares (apesar
de regidas pelas fases da lua). Jamais
deve-se colher uma erva antes das 6hs ou
depois das 18hs, como também, nunca se deve
plantar qualquer erva no mesmo período.
Abaixo estão relacionadas as ervas mais
conhecidas e usadas na Umbanda para banhos e
outras finalidades:
Xangô - Levante ou Elevante;
Quebra-Pedra; Fortuna ; Erva Lírio; Pata de
Vaca; Pára-Raio; Gervão Roxo; Manjericão
Branco; Erva de Santa Maria; Malva Branca;
Sucupira; Limoeiro; Café; Alecrim do Mato,
entre outras.
Ogum - Espada de São Jorge; Peregum Folhas Amarelas e Verdes; São Gonçalinho; Aroeira; Vence-Demanda; Comigo-Ninguém-Pode; Romã; Jurubeba; Mangueira; Pinheiro; Goiabeira; Abacateiro; Canela, entre outras.
Obaluaiê (Omulu) - Hera; Canela de Velho; Assa-Peixe; Erva-de-Passarinho; Levante ou Alevante; Jurubeba; Manjericão Roxo; Camomila; Babosa; Mamona Branca; Aroeira; Jamelão; Carnaúba, entre outras.
Yemanjá - Manjericão; Colônia; Saião; Levante; Jasmim; Malva Rosa; Lágrimas de Nossa Senhora; Pata de Vaca; Parreira; Camomila ou Macela; Poeijo; Trevo; Violeta; Boldo; Alaga Marinha; Gerânio, entre outras.
Oxossi - Alecrim do Campo; Peregun Verde; Mangueira; Chapéu de Coro; Abre Caminho; Vence-Demandas; Jureminha; Erva Doce; Pitangueira; Romã; Sabugueiro; Malva Rosa; Levante; Capm Limão; Violeta, entre outras.
Nanã - Erva Quaresma; Manjericão; Agoniada; Mostarda; Agrião; Bertalha; Espinafre; Hortênsia; Cedinho; Erva-Cidreira; Camomila; Beringela; Erva-Mate; Avenca; Jaqueira; Cavalinha, entre outras.
Oxum - Jasmim; Erva -Cidreira; Colônia; Agoniada; Camomila; Lágrimas de Nossa Senhora; Erva Doce; Lírio Amarelo; Mamão; Boldo; Vitória-Régia;Gengibre;Melancia;Agrião; Melão; Coentro; Celidônia, entre outras.
Yansã - Pára-Raio; Dormideira; Erva Santa Bárbara; Cana do Brejo; Erva Prata; Gervão Roxo; Anil.; Violeta; Losna; Arruda; Orquídea; Mal-me-quer; Alfazema; Anil; Cipó Azogue; Alfazema de Caboclo, entre outras.
Ibeji - Amoreira; Anil; Alfazema; Abre-Caminhos; Parreira; Colônia; Erva-Cidreira; Pitangueira; Camomila; Erva Doce; Cajá; Morango; Capim Limão; Lírio; Benjoim; Tangerina; Fruta de Conde; Hortelão, entre outras.
Exú - Vassourinha; Fumo; Babosa; Tiririca; Bananeira; Pinhão Roxo; Vence-Demandas; Comigo-Ninguém-Pode; Jurubeba; Urtiga; Amendoeira; Bambu, entre outras.
Assim como as ervas são importantes para a liturgia e rituais da Umbanda, as frutas também o são, sendo escolhido o seu uso conforme o Orixá a quem se está oferecendo-as. Citamos com exemplo:
Ogum - Espada de São Jorge; Peregum Folhas Amarelas e Verdes; São Gonçalinho; Aroeira; Vence-Demanda; Comigo-Ninguém-Pode; Romã; Jurubeba; Mangueira; Pinheiro; Goiabeira; Abacateiro; Canela, entre outras.
Obaluaiê (Omulu) - Hera; Canela de Velho; Assa-Peixe; Erva-de-Passarinho; Levante ou Alevante; Jurubeba; Manjericão Roxo; Camomila; Babosa; Mamona Branca; Aroeira; Jamelão; Carnaúba, entre outras.
Yemanjá - Manjericão; Colônia; Saião; Levante; Jasmim; Malva Rosa; Lágrimas de Nossa Senhora; Pata de Vaca; Parreira; Camomila ou Macela; Poeijo; Trevo; Violeta; Boldo; Alaga Marinha; Gerânio, entre outras.
Oxossi - Alecrim do Campo; Peregun Verde; Mangueira; Chapéu de Coro; Abre Caminho; Vence-Demandas; Jureminha; Erva Doce; Pitangueira; Romã; Sabugueiro; Malva Rosa; Levante; Capm Limão; Violeta, entre outras.
Nanã - Erva Quaresma; Manjericão; Agoniada; Mostarda; Agrião; Bertalha; Espinafre; Hortênsia; Cedinho; Erva-Cidreira; Camomila; Beringela; Erva-Mate; Avenca; Jaqueira; Cavalinha, entre outras.
Oxum - Jasmim; Erva -Cidreira; Colônia; Agoniada; Camomila; Lágrimas de Nossa Senhora; Erva Doce; Lírio Amarelo; Mamão; Boldo; Vitória-Régia;Gengibre;Melancia;Agrião; Melão; Coentro; Celidônia, entre outras.
Yansã - Pára-Raio; Dormideira; Erva Santa Bárbara; Cana do Brejo; Erva Prata; Gervão Roxo; Anil.; Violeta; Losna; Arruda; Orquídea; Mal-me-quer; Alfazema; Anil; Cipó Azogue; Alfazema de Caboclo, entre outras.
Ibeji - Amoreira; Anil; Alfazema; Abre-Caminhos; Parreira; Colônia; Erva-Cidreira; Pitangueira; Camomila; Erva Doce; Cajá; Morango; Capim Limão; Lírio; Benjoim; Tangerina; Fruta de Conde; Hortelão, entre outras.
Exú - Vassourinha; Fumo; Babosa; Tiririca; Bananeira; Pinhão Roxo; Vence-Demandas; Comigo-Ninguém-Pode; Jurubeba; Urtiga; Amendoeira; Bambu, entre outras.
Assim como as ervas são importantes para a liturgia e rituais da Umbanda, as frutas também o são, sendo escolhido o seu uso conforme o Orixá a quem se está oferecendo-as. Citamos com exemplo:
Oxalá – polpa de coco, pêssego branco,
nozes, castanhas e amêndoas, melão branco
espanhol (partilha com Oxum).
Ogum – marmelo, laranja, limão.
Xangô – morango, caqui, cacau, mamão,
goiaba.
Exu – amora, manga, laranja azeda, caju,
jaca, pomelo.
Iansã – maçã vermelha, tangerina, laranja-bahia, uva rosa, pitanga, cereja.
Oxóssi – butiá, nêspera (ameixa branca),
coco, frutinhas de mato (abiu, bacaba,
bacuri, murici, pequi, etc).
Oxum – pêssego amarelo, maçã verde, melão
amarelo, damasco, nêspera, bergamota ponkan.
Obaluaiê/Omulu – maracujpá, uva preta,
jabuticaba, figo preto, cereja preta.
Iemanjá – melancia, uvas brancas, uva
Juliana, pêra.
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