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“159. Toda pessoa que sente a influência dos
Espíritos, em qualquer grau de intensidade, é
médium. Essa faculdade é inerente ao homem. Por isso
mesmo não constitui privilégio e são raras as
pessoas que não a possuem pelo menos em estado
rudimentar. Pode-se dizer, pois, que todos são mais
ou menos médiuns. Usualmente, porém, essa
qualificação se aplica somente aos que possuem uma
faculdade mediúnica bem caracterizada, que se traduz
por efeitos patentes de certa intensidade, o que
depende de uma organização mais ou menos sensitiva.
Deve-se notar, ainda, que essa faculdade não se
revela em todos da mesma maneira. Os médiuns têm,
geralmente, aptidão especial para esta ou aquela
ordem de fenômenos, o que os divide em tantas
variedades quantas são as espécies de manifestações.
As principais são: médiuns de efeitos físicos,
médiuns sensitivos ou impressionáveis, auditivos,
falantes, videntes, sonâmbulos, curadores,
pneumatógrafos, escreventes ou psicógrafos. (Cap.
14,item 159, Livro dos Médiuns).”
A mediunidade é a faculdade através da qual mantemos
contato entre o mundo material e o mundo dos
espíritos.
Ela se manifesta de forma mais ou menos
ostensiva em todos os indivíduos. Mas, em cada um,
manifesta-se em menor ou maior grau. Pode ser
caraterizada através do uso de nossa intuição, em
grau mais leve, ou nos casos de incorporação do
médium pelo espírito, de forma mais ostensiva.
Quando se apresenta marcante e forte diz-se que o
médium é ostensivo. Quando sutil e rudimentar, de
fenômenos esparsos e esporádicos de pouca
intensidade, diz-se que o médium tem mediunidade
oculta. Este último corresponde a mediunidade
presente em todos os homens.
Desta definição podemos tirar a conclusão de que
todos possuímos um canal psíquico através do qual os
espíritos que habitam os diversos planos diferentes
frequentemente entram em contato conosco, já que
continuamente nos colocamos em contato com o plano
espiritual seja através de fenômenos inconscientes,
das preces ou intuições que recebemos. Porém, dentro
da conceituação espiritualista, o médium é aquele
que apresenta os sintomas desse contato com o plano
espiritual de forma ostensiva.
A mediunidade está presente na Terra desde os
primórdios da raça humana, uma vez que é sentido
inerente à ela, desde que sempre houve a necessidade
do intercâmbio entre o mundo dos encarnados e dos
desencarnados.
De um análise acurada da Bíblia podemos dizer que,
sem sombra de dúvidas, o fenômeno mediúnico está
presente pelos tempos e dela trouxe Jesus provas e
testemunhos que deixou e que se perpetua através dos
tempos, com o desenvolvimento do Cristianismo.
No Novo Testamento, Paulo nos narra os fenômenos
mediúnicos em vários versículos de sua Carta aos
Coríntios, onde destacamos, a título de exemplo os
seguintes versículos:
“21 Está escrito na lei: Por gente doutras línguas e
por outros lábios, falarei a este povo; e ainda
assim me não ouvirão, diz o Senhor.
22 De sorte que as línguas são um sinal, não para
os fiéis, mas para os infiéis; e a profecia não é
sinal para os infiéis, mas para os fiéis.
23 Se, pois, toda a igreja se congregar num lugar,
e todos falarem línguas estranhas, e entrarem
indoutos ou infiéis, não dirão, porventura, que
estais loucos?
24 Mas, se todos profetizarem, e algum indouto ou
infiel entrar, de todos é convencido, de todos é
julgado.
25 Os segredos do seu coração ficarão manifestos, e
assim, lançando-se sobre o seu rosto, adorará a
Deus, publicando que Deus está verdadeiramente entre
vós. (Carta aos Corintios, capitulo 14, vss. 21/25).
....
31 Porque todos podereis profetizar, uns depois dos
outros, para que todos aprendam e todos sejam
consolados.
32 E os espíritos dos profetas estão sujeitos aos
profetas.
33 Porque Deus não é Deus de confusão, senão de
paz, como em todas as igrejas dos santos.”
Com tais exemplos da manifestação mediúnica,
Paulo, além de reconhecer a veracidade do fenômeno,
apresenta-o como atividade típica da relação do
homem com Deus e recomenda seu desenvolvimento para
a prática da caridade e das Leis Divinas.
- GRAUS DE MEDIUNIDADE:
A mediunidade está classificada, nos estudos
espiritualista, em diferentes graus, como
consciente, semi-consciente e inconsciente.
A mediunidade consciente é cada dia mais comum, uma
vez que quanto mais consciente a mente do médium
durante a incorporação, melhor a forma de afinidade
entre o médium e o espírito desencarnado,
propiciando um trabalho mais eficiente de
atendimento a quem procura solução para seus
problemas, não havendo , no entanto, interferências
do espírito do médium no desenvolver do trabalho do
espírito desencarnado, ou entidade espiritual.
Na verdade, a diferença entre o médium consciente e
o inconsciente não é a de que o médium inconsciente
não participa do processo de incorporação
conscientemente. O que ocorre é que após a
incorporação, o médium se recorda de tudo o que foi
dito pela entidade, o que não ocorre nos casos da
mediunidade inconsciente, quando o espírito
desencarnado não deixa essa lembrança com o médium
na hora em que ocorre a desincorporação.
Com relação à semi-inconsciência o que pode ser dito
é que ao invés de haver a lembrança total do médium
de tudo que ocorreu durante o transe mediúnico, nos
casos da mediunidade consciente, ou da ausência
total da lembrança, quando este é inconsciente, o
médium lembra parcialmente de algo do que foi dito
ou do que se fez.
O espírito desencarnado, no processo de
incorporação, controla a fala e todas as funções
endócrinas do corpo do médium, principalmente as
funções nervosas e cardíacas, fazendo com que o
fluxo sanguíneo do médium diminua sua intensidade
para que haja o menor dispêndio de energia possível,
fator que acarreta uma diminuição da temperatura do
corpo do médium, o que provoca certa surpresa
naqueles que tocam no corpo do médium incorporado. O
corpo do médium durante o transe mediúnico está em
constante vibração pelo contato da energia do
espírito desencarnado com a do espírito do médium.
Nos primórdios da Umbanda, a forma mais corriqueira
de incorporação era a inconsciente, quando surgiu a
denominação “cavalo”, ou “burro” para o médium
iniciante, uma vez que por desconhecimento do
fenômeno, o médium relutava bastante, não deixando
que o espírito desencarnado (entidade) tomasse o
controle de seu corpo, fazendo com que o fenômeno
mediúnico ocorresse de forma que a entidade tinha
quase que “montar” no médium em que iria incorporar.
O que ocorria, nesses casos, era que o médium, ao
haver a saída do corpo da energia do espírito
desencarnado, recuperava seus sentidos como se
estivesse saindo de um sono profundo, o que leva
muitas pessoas a acharem até hoje que na
incorporação, haja a saída do corpo do espírito do
médium, que este se afasta, ou coisas assim, quando
na verdade, somente há uma sintonia de espírito para
espírito, fazendo com que a entidade espiritual
controle os sentidos corporais, mas não se apossando
do corpo do médium, que só possui uma alma durante a
vida.
Assim, confunde-se a passividade do médium e sua
falta de lembrança após o transe mediúnico, com a
sua ausência do corpo material, o que não ocorre. Há
somente o transe mediúnico durante o qual o espírito
tem suas funções controladas pelo espírito
comunicante que tem plenos poderes do corpo, de sua
parte psíquica, física, sensorial e motora.
- TIPOS DE MEDIUNIDADE:
Psicofonia:
Na Umbanda, a forma mais freqüente de manifestação
do fenômeno mediúnico é através da incorporação,
apesar de tal termo não representar a exata
realidade, uma vez que não há possibilidade de dois
espíritos ocuparem a mesma matéria ao mesmo tempo.
Usa-se o termo “incorporação” uma vez que o médium
tem sua voz, suas maneiras e trejeitos e até mesmo a
sua feição, em alguns casos, modificados pelo
espírito que está exercendo sua influência na
matéria durante o fenômeno mediúnico, dando a
impressão de que este “entrou” no corpo do médium.
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Na verdade, o que ocorre é uma comunicação entre o
espírito desencarnado e o espírito do médium, mente
a mente, dando a impressão de que o médium está
incorporado. Durante a incorporação o espírito
comunicante atua diretamente sobre os centros
nervosos de controle do corpo do médium. Conforme o
grau de exteriorização do períspirito do médium, o
espírito comunicante tem maior ou menor controle dos
centros nervosos do corpo do médium.
Para que se dê a incorporação, o espírito
comunicante necessita ligar-se energeticamente ao
corpo do médium, e faz isso através de pontos
específicos que se localizam na região encefálica,
na região toraco-abdominal e na região do cóccix,
atuando nos chacras existentes nessas regiões.
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- Psicografia:
Comumente são denominados médiuns escreventes
aqueles que manifestam a mediunidade pela
psicografia, ou seja, quando os espíritos
comunicantes atuam de forma a levarem o médium a
escrever.
A psicografia classifica-se em mecânica,
semi-mecânica e intuitiva.
Na psicografia mecânica, o médium não sabe o que
escreve, atuando o espírito comunicante diretamente
sobre a mão do médium de forma muito rápida,
mantendo a forma e a caligrafia que personaliza o
espírito desencarnado.
Na semi-mecânica, o espírito comunicante interage
com a alma do médium dominando parcialmente sua mão
e braço, sendo que o médium só tem consciência do
que escreve na medida em que as palavras vão sendo
escritas.
A mediunidade intuitiva é a mais freqüente
atualmente, sendo que o espírito comunicante
interage com a alma do médium transmitindo
mentalmente suas idéias, servindo este como
intérprete da mensagem do espírito desencarnado, já
que o médium tem consciência do teor da mensagem que
será transmitida antes mesmo de escrevê-la.
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- Vidência:
Fenômeno mediúnico que se caracteriza pela
visualização das coisas, ambientes e espíritos do
mundo espiritual. O médium tem ciência do mundo
espiritual, podendo vislumbrá-lo, seja através de
cenas do presente, do passado ou do futuro.
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Essa visualização se dá com os “olhos” do espírito,
o médium enxerga através de sua alma, já que os
vislumbra mesmo que esteja de olhos fechados. A
vidência também se caracteriza pela visualização
através de outros meios, como em um copo de água, no
chão, etc...
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A vidência não se confunde com a clarividência, uma
vez que esta última não é mediunidade, mas
capacidade anímica do médium, que o permite ter uma
visão de cenas e objetos que os olhos físicos não
podem alcançar. Não existe, na clarividência,
comunicação do médium com o espírito desencarnado,
como ocorre na mediunidade, é sim a clarividência
manifestação anímica do médium, espírito encarnado,
que se dá através da emancipação de sua alma. Também
se chama a clarividência de “2ª. visão”.
- Audiência:
Manifestação mediúnica que permite ao médium escutar
no campo fluídico os sons produzidos no plano
espiritual.
Da mesma forma que a clarividência, o médium pode
através de capacidade anímica, possuir
clariaudiência que permite que ele perceba os sons
produzidos até onde o campo fluídico de seu espírito
alcançar, através da emancipação da alma.
- Sensitividade:
Médiuns sensitivos são aqueles capazes de perceberem
o nível vibratório de um ambiente ou presente em
pessoas ou coisas, sentindo o padrão energético no
qual estes se encontram, seja positivo ou negativo.
Falando especificamente na manifestação mediúnica na
Umbanda, a modalidade mais popular pelos centros e
terreiros pelo Brasil é a incorporação, sendo a
forma utilizada pelas entidades dessa religião para
trazerem a Mensagem Divina a esses filhos de Deus
tão descrentes, já que o fenômeno mediúnico passa a
ser o contato direto do plano espiritual com o
físico, não havendo um intérprete ou um compilador
das mensagens astrais.
Com a Umbanda, e consequentemente, a incorporação de
seus Guias e Entidades espirituais, o plano terreno,
os espíritos encarnados passaram a ter a
espiritualidade falando diretamente com o ser
humano, porque não precisavam mais de oráculos ou
sacerdotes que lhes transmitissem os ensinamentos a
serem seguidos e ditados por Deus ou pelo Mestre
Jesus.
Passaram sim, a ter ao contato de suas mãos, olhos e
inteligência a própria entidade, o próprio Guia
espiritual, o próprio guardião de seus caminhos a
lhes dizer o certo e o errado. A lhes mostrar suas
falhas, seus débitos ou mesmo suas virtudes, para
trabalharem nesse sentido e alcançarem sua evolução.
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