Um dado histórico da umbanda no seu 2º Congresso
realizado no Maracanãzinho no ano de 1962,onde a
nossa casa teve o prazer de presidir.
A partir de 1939, o Movimento Umbandista começou a
ganhar corpo e estruturar-se a fim de obter o status de
religião brasileira. Primeiro, criou-se a Federação
Espírita de Umbanda neste mesmo ano, atual União
Espírita de Umbanda do Brasil, cujo objetivo primordial
era servir de interlocutor entre os templos filiados, o
Estado e a Sociedade. Depois, promoveu-se o Primeiro
Congresso Brasileiro do Espiritismo de Umbanda
(1941), cuja finalidade era a unificação do culto e a
normatização de uma doutrina mínima.
O Congresso traria, também, á luz explicações de
cunho científico que pudessem desmistificar algumas
práticas mágicas, como a utilização de banhos com
ervas, defumadores, charutos, cachimbos, bebidas
alcoólicas, pólvora, punhais, etc.; e, ainda,
correlacionaria a origem da Umbanda a um tempo
remoto, imemorial que, sem negar a herança africana,
transcenderia a própria África escravizada: Lemúria,
Atlântida, Vedas, Índia e Egito.
Ao analisarmos o conteúdo simbólico das
comunicações apresentadas durante o Congresso de
1941, observa-se que os intelectuais de Umbanda em
busca de legitimidade, tentaram construir uma
identidade mais próxima do "cientificismo" kardecista
do que das "primitivas" religiosidades africanizadas.
Estratégia adotada estava em sintonia com a
conjuntura política, pois a ditadura Vargas via com
bons olhos a religião Espírita, mais do que a Católica.
Cabe lembrar que, na época, os terreiros de Umbanda
eram obrigados a ser registrados nas Delegacias de
Polícia e que era obrigatória a inclusão da palavra
Espírita no nome do templo para que se efetivasse tal
registro, liberando o funcionamento do terreiro.
Em 1961, HENRIQUE LANDI JÚNIOR foi eleito pelas
Comissões Organizadoras do Segundo Congresso
Brasileiro de Umbanda, o seu Presidente Nacional.
Assumiu a Presidência e passou a coordenar os
trabalhos das Comissões e reuniões preliminares em
outros Estados. Prontas as comissões, com suas teses
elaboradas, realizou-se no Maracanãzinho (Rio de
Janeiro), em 28 de Junho de 1961, a Festa de
Congraçamento do Segundo Congresso Brasileiro de
Umbanda, em que compareceram cerca de quatro mil
médiuns uniformizados, além de grande público
assistente.
Foi nesse congresso que o Hino da Umbanda foi
oficialmente adotado em todo o Brasil, como o Hino
Oficial da Umbanda.
Há uma história interessante com relação ao criador do
hino, que já possui 47 anos de oficialização. Segundo
foi apurado, a letra do hino foi composta na década de
60 por um cego, que em busca de sua cura foi procurar
a ajuda do Caboclo das Sete Encruzilhadas. Não
conseguindo sua cura por ser o seu problema de
origem cármica, compôs o hino da Umbanda para
mostrar que poderia ver o mundo e a religião de outra
maneira. Embora não tenha conseguido sua cura,se
apaixonou pela Umbanda.
Seu nome: José Manoel Alves. Ele apresentou a letra a
Zélio de Moraes, que gostou tanto que resolveu
apresentá-lo como Hino Oficial da Umbanda no
Segundo Congresso.
José Manoel Alves nasceu em Monção, Portugal. Em
1929 vem para o Brasil, indo residir no interior do
Estado de São Paulo. Era compositor de músicas
populares e compôs hinos para vários templos,
inclusive o Primado de Umbanda de São Paulo. A
música do hino foi composta por Dalmo da Trindade
Reis.
O Terceiro Congresso de Umbanda, realizado no
Maracanãzinho de 15 a 21 de Julho de 1973, instituiu o
dia 15 de Novembro como o " Dia Nacional da
Umbanda", legitimando assim a manifestação do
Caboclo das Sete Encruzilhadas como fundadora da
religião e Zélio de Moraes como seu pioneiro, dois
anos após o seu desencarne.
Nenhum comentário:
Postar um comentário