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domingo, 20 de setembro de 2015

DADO HISTÓRICO DA UMBANDA NO SEGUNDO CONGRESSO REALIZADO MARACANÃZINHO NO ANO DE 1962.

Foto de Caboclo Sete Encruzilhadas.
Um dado histórico da umbanda no seu 2º Congresso 
realizado no Maracanãzinho no ano de 1962,onde a 
nossa casa teve o prazer de presidir.
A partir de 1939, o Movimento Umbandista começou a 
ganhar corpo e estruturar-se a fim de obter o status de 
religião brasileira. Primeiro, criou-se a Federação 
Espírita de Umbanda neste mesmo ano, atual União 
Espírita de Umbanda do Brasil, cujo objetivo primordial 
era servir de interlocutor entre os templos filiados, o 
Estado e a Sociedade. Depois, promoveu-se o Primeiro 
Congresso Brasileiro do Espiritismo de Umbanda 
(1941), cuja finalidade era a unificação do culto e a 
normatização de uma doutrina mínima.

O Congresso traria, também, á luz explicações de 
cunho científico que pudessem desmistificar algumas 
práticas mágicas, como a utilização de banhos com 
ervas, defumadores, charutos, cachimbos, bebidas 
alcoólicas, pólvora, punhais, etc.; e, ainda, 
correlacionaria a origem da Umbanda a um tempo 
remoto, imemorial que, sem negar a herança africana, 
transcenderia a própria África escravizada: Lemúria, 
Atlântida, Vedas, Índia e Egito.

Ao analisarmos o conteúdo simbólico das 
comunicações apresentadas durante o Congresso de 
1941, observa-se que os intelectuais de Umbanda em 
busca de legitimidade, tentaram construir uma 
identidade mais próxima do "cientificismo" kardecista 
do que das "primitivas" religiosidades africanizadas.

Estratégia adotada estava em sintonia com a 
conjuntura política, pois a ditadura Vargas via com 
bons olhos a religião Espírita, mais do que a Católica. 
Cabe lembrar que, na época, os terreiros de Umbanda 
eram obrigados a ser registrados nas Delegacias de 
Polícia e que era obrigatória a inclusão da palavra 
Espírita no nome do templo para que se efetivasse tal 
registro, liberando o funcionamento do terreiro.

Em 1961, HENRIQUE LANDI JÚNIOR foi eleito pelas 
Comissões Organizadoras do Segundo Congresso 
Brasileiro de Umbanda, o seu Presidente Nacional. 
Assumiu a Presidência e passou a coordenar os 
trabalhos das Comissões e reuniões preliminares em 

outros Estados. Prontas as comissões, com suas teses 

elaboradas, realizou-se no Maracanãzinho (Rio de 

Janeiro), em 28 de Junho de 1961, a Festa de 

Congraçamento do Segundo Congresso Brasileiro de 

Umbanda, em que compareceram cerca de quatro mil 

médiuns uniformizados, além de grande público 

assistente.

Foi nesse congresso que o Hino da Umbanda foi 
oficialmente adotado em todo o Brasil, como o Hino 
Oficial da Umbanda.

Há uma história interessante com relação ao criador do 
hino, que já possui 47 anos de oficialização. Segundo 
foi apurado, a letra do hino foi composta na década de 
60 por um cego, que em busca de sua cura foi procurar 
a ajuda do Caboclo das Sete Encruzilhadas. Não 
conseguindo sua cura por ser o seu problema de 
origem cármica, compôs o hino da Umbanda para 
mostrar que poderia ver o mundo e a religião de outra 
maneira. Embora não tenha conseguido sua cura,se 
apaixonou pela Umbanda.

Seu nome: José Manoel Alves. Ele apresentou a letra a 
Zélio de Moraes, que gostou tanto que resolveu 
apresentá-lo como Hino Oficial da Umbanda no 
Segundo Congresso.

José Manoel Alves nasceu em Monção, Portugal. Em 
1929 vem para o Brasil, indo residir no interior do 
Estado de São Paulo. Era compositor de músicas 
populares e compôs hinos para vários templos, 
inclusive o Primado de Umbanda de São Paulo. A 
música do hino foi composta por Dalmo da Trindade 
Reis.

O Terceiro Congresso de Umbanda, realizado no 
Maracanãzinho de 15 a 21 de Julho de 1973, instituiu o 
dia 15 de Novembro como o " Dia Nacional da 
Umbanda", legitimando assim a manifestação do 
Caboclo das Sete Encruzilhadas como fundadora da 
religião e Zélio de Moraes como seu pioneiro, dois 
anos após o seu desencarne.

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